O segredo da natureza é o tempo. São milhões de anos para formar um diamante nas profundezas da terra. Em laboratório,"cultiva-se" um diamante sintético em poucas semanas ou meses. São cópias, mas um pode valer fortunas, outro uma centena de euros. Mas é tão difícil distingui-los que precisamos de um especialista.
Corpo do artigo
João Baptista é também o nome do estabelecimento que tem, onde? Na Rua do Ouro, em Lisboa. Trabalha no mundo do ouro e das pedras preciosas "desde os 15 anos". É avaliador reconhecido pela Imprensa Nacional Casa da Moeda. Apanhámo-lo no intervalo de uma avaliação num caso de partilhas de uma herança.
Fala com uma ponta de desdém dos diamantes sintéticos, enquanto assegura que "não tenho nada contra, desde que as pessoas saibam o que estão a comprar". Considera ainda assim que são "uma ilusão", quando os diamantes naturais são "um investimento".
Distingui-los é que não é para todos, nem mesmo para muitos. São exatamente "iguais", exceto no valor - "ambos são carbono puro, têm as mesmas propriedades físicas, óticas". Mas enquanto na natureza o efeito das temperaturas e da pressão demora milhões de anos a cristalizar, num laboratório pode ser "coisa de semanas".
Para separar o natural do sintético não basta a perícia de um gemólogo, a profissão de João Baptista que fez formação "lá fora" e explica que é também preciso recorrer a laboratórios especializados e certificados, que também existem "lá fora". E cá dentro? "Prefiro não me pronunciar sobre isso".
Garante que o mercado nacional está a salvo de confusões desde que o cliente cumpra o circuito oficial, ou seja, o dos profissionais.
"Entrar numa ourivesaria é como ir ao médico, as pessoas confiam". Mas quando entram estranhos, podem nem eles saber que estão a vender "gato por lebre".
Sobretudo no estrangeiro, "há ruas inteiras dedicadas a este negócio". E na Internet também, basta escolher e encomendar; pelas fotografias as pedras parecem tão límpidas, brilhantes e transparentes como um diamante "a sério".
A moda dos diamantes sintéticos está a crescer exponencialmente e o brilho social pode ser igualmente ofuscante. Mas a diferença, lembra João Baptista, está na hora de querer ou precisar do investimento. Pode ficar com um dedo cheio de nada.
O gemólogo recomenda que se deve "exigir, sempre, sempre um certificado de um laboratório competente", o documento tem que atestar, entre outras características, a cor, a limpidez ou o corte do diamente.
João Baptista acredita que, ainda hoje Marilyn Monroe tem razão, "os diamantes continuam a ser os melhroes amigos de uma rapariga",mas npo caso dos sintéticos, "podem tornar-se o pior inimigo".