Caretas são feitas a partir de um tronco de amieiro e, por norma, demoram dois ou três dias a fazer. Muitas delas são vendidas a preços a partir de 250 euros
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A vila de Lazarim, no concelho de Lamego, prepara-se para mais uma grande enchente no Entrudo em que se destacam as máscaras de madeira. A tradição esteve em risco há uns anos, mas tem vindo a ser resgatada graças ao empenho de artesãos que todos os anos constroem novos exemplares com paus de amieiro.
A arte já está a passar de pais para filhos, como é o caso de Luís Almeida, que assegura a continuidade do trabalho desenvolvido ao longo de muitos anos por Adão Almeida.
“Nasci no centro do Entrudo. Desde pequeno que me lembro de ver o meu pai a trabalhar nas máscaras. Comecei a ajudá-lo e foi a lixar a madeira que nasceu o bichinho. Depois passei a escavá-las e a partir daí foi sempre a evoluir”, recorda Luís.
Não raras vezes é do debate de ideias que surge o melhor exemplar. Luís costuma dizer que já não há caretas exclusivas de um deles, pois qualquer uma passa “pelas mãos dos dois”. “O diabo de galhas” é a principal criação deste ano de Luís. Tem quatro cornos. “Quisemos dar-lhe um ar mais agressivo”, sublinha.
Adão Almeida tem a “certeza de que lá em casa fica uma pessoa que vai continuar o trabalho”. Não vivem disto, mas é um “bom complemento”, sobretudo nesta época em que deverão fazer “15 ou 16”, que têm preços a partir de 250 euros.
Todas vão estar, obrigatoriamente, no cortejo da próxima terça-feira. É que, para estes artesãos, se não saírem à rua nesse dia “não ficam com o espírito do Entrudo” e não deixam de ser “mais uma”.
À medida que se aproxima o dia, vários artesãos investem várias horas dos dias e noites para que não faltem novas máscaras de madeira no Entrudo de Lazarim. Este domingo já haverá algumas à solta nesta vila do concelho de Lamego, mas as novas só saem à rua na terça-feira de Carnaval.
