Mais de 30% das queixas devem-se à dificuldade em conseguir entrar em contacto com os centros de saúde.
Corpo do artigo
Em janeiro o setor da saúde atingiu um número recorde de reclamações - cerca de 800 -, o que representa uma média de 25 por dia. Os dados são do Portal da Queixa e mostram que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) lidera as reclamações, sobretudo devido à dificuldade de ser atendido ou conseguir chegar ao contacto com um médico.
Pedro Lourenço, fundador desta plataforma, explica que, de acordo com os dados registados no portal, o mês que terminou é o pior de que há registo e o SNS está no topo das queixas.
De acordo com o Portal da Queixa, o Serviço Nacional de Saúde liderou o foco das queixas (com 186 reclamações); seguem-se os Hospitais e Centros de Saúde (142); em terceiro, os Planos e Seguros de Saúde (135); em quarto, os Grupos Privados de Saúde (115) e, em quinto, as Farmácias (74).
Em primeiro lugar está, "sem dúvida, o SNS, o que é expectável; depois, vêm os serviços privados de saúde e os centros de saúde, que muitas das vezes são segunda opção", indica Pedro Lourenço.
E qual o principal motivo das reclamações? 36% das queixas devem-se à dificuldade de conseguir entrar em contacto com o centro de saúde. "Temos casos de utentes do SNS que relatam dificuldades a tentar contratar os serviços dos centros de saúde. Referem que [os centros] não atendem os telefones, que não conseguem contactar o centro de saúde e, muitas vezes, deslocam-se indevidamente à urgência do hospital."
De acordo com o estudo realizado pelo Portal da Queixa, em janeiro, o setor da Saúde registou um novo recorde no número de reclamações, quase o dobro do registado no mesmo período do ano passado.
Já em 2020, o total de reclamações dirigidas ao setor da saúde foi de 7.277, um aumento de 80% face a 2019.