No habitual comentário semanal na TSF, Bagão Félix abordou esta quarta-feira o problema da queda da taxa da natalidade. Uma questão que "exige uma visão estratégica e um compromisso nacional".
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"É uma tendência que não é só nossa e que se vem acentuando. Este é o principal défice do nosso país. Nós falamos muito de défices - orçamentais, de produtividade, etc - tudo isso é muito importante, mas sem dúvida que a questão demográfica é aquela que é mais fundamental para o nosso futuro coletivo e também para a sustentação geracional do Estado redistributivo, do Estado social", considerou Bagão Félix.
No espaço de comentário semanal na TSF, o economista defendeu que o problema "exige uma visão estratégica e um compromisso nacional, e nós sabemos como essas coisas são difíceis".
Olhando para as estatísticas, Bagão Félix explicou que "de uma maneira muito esquemática, cada mulher em idade fértil (entre os 15 e os 49 anos) deve ter pelo menos dois filhos para repor as gerações, ou seja, para substituir os progenitores".
No entanto, acrescentou "neste momento, nascem em Portugal cerca de metade das crianças que nasciam há 30 anos e cerca de dois terços das crianças que nasciam no ano 2000".
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Há uma semana foi divulgado que em 2017 nasceram menos 1397 crianças em Portugal em relação ao ano anterior, uma diminuição que aconteceu depois de três anos consecutivos do aumento de nascimentos, de acordo com os "testes do pezinho" realizados.
Em 2017, pelo menos 86.180 crianças realizaram o "teste do pezinho", nome pelo qual é conhecido o Programa Nacional de Diagnóstico Precoce (PNDP), coordenado pelo Instituto Ricardo Jorge, através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, do Departamento de Genética Humana.
Todas as quartas-feiras, depois das 9h00, Bagão Félix comenta assuntos da atualidade.