A Direção-Geral da Administração da Justiça pediu hoje a todos os utilizadores do Citius que não pratiquem «quaisquer atos no sistema informático» e que salvaguardem, «em sistema digital autónomo, todos os atos praticados» neste sistema, «após 01 de Setembro».
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Em comunicado dirigido aos administradores judiciários, a que agência Lusa teve acesso, a Direção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ) solicita que a recomendação seja efetivada «até ao final do dia de hoje», abrangendo, com a recomendação, «gravações, alarmes e detalhes dos intervenientes que tenha sido objeto de alteração».
A recomendação não abrange os tribunais de competência territorial alargada.
«Verificando-se a necessidade de se proceder a atualizações no sistema Citius não compatíveis com a sua manutenção em funcionamento, devem os administradores judiciários providenciar pela comunicação a todos os utilizadores do sistema no sentido de não praticarem quaisquer atos no sistema informático», lê-se na nota da DGAJ.
O comunicado aconselha igualmente aos utilizadores do Citius, designadamente magistrados e funcionários judiciais, a salvaguardarem, «preferencialmente em sistema digital autónomo, todos os atos praticados no sistema informático após dia 01 de setembro, até ao final do dia de hoje», incluindo «as gravações, alarmes e detalhes dos intervenientes que tenham sido objeto de alteração».
A DGAJ prevê fornecer, ainda durante o dia de hoje, «informação complementar» sobre o assunto.
Contactado pela agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) esta recomendação é o «reconhecimento da incompetência e da incapacidade do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça», que gere o sistema informático Citius, que é uma peça central no funcionamento dos tribunais após a reforma do mapa judiciário, em vigor desde segunda-feira.
«A situação é grave e preocupante. É o desastre total», sublinhou o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais, Fernando Jorge, um dia depois de ter anunciado uma greve geral a 26 de setembro e a paralisação de um dia em cada uma das 23 comarcas, a partir de 01 de outubro.