Direito à greve dos polícias. PCP avança com proposta

Quando se assinala mais um aniversário do único dia em que a PSP usou canhões de água, precisamente, contra o protesto da própria polícia, em 1989, o PCP apresenta uma proposta para consagrar o direto à greve dos profissionais da polícia.

O partido lembra que os profissionais de outras forças de segurança, como na Polícia Judiciária e no SEF, não estão impedidos de fazer greve e "nada na Constituição impede o mesmo direito" dos profissionais da PSP.

A deputada Alma Rivera, em declarações à TSF, explica que os comunistas querem remover a proibição de manifestações de caráter político, já que "negar o caráter político de uma qualquer manifestação é um contrassenso", mantendo as restrições de caráter partidário.

"As forças de segurança devem manter uma certa distância face às diferentes forças políticas, mantendo, garantindo isenção e rigor na sua intervenção. É importante que exista essa equidistância, que fica salvaguardada", garante.

Por outro lado, "coisa diferente é impedir os profissionais da polícia de fazerem greve", já que "é o último instrumento" que os trabalhadores têm à sua disposição "quando não há abertura negocial e não se resolvem os problemas".

No documento, consultado pela TSF, lê-se ainda que "a proibição imposta aos profissionais da PSP de recorrer à greve para fazer valer os seus direitos ou reivindicações, mais de vinte anos após o reconhecimento do seu direito à constituição de sindicatos, é um anacronismo que não faz qualquer sentido".

Alma Rivera defende que a proposta do PCP vai ao encontro "do que pedem os profissionais da polícia", e critica as forças políticas, sem nomear partidos, que utilizam os polícias como instrumento político.

A deputada comunista apela aos profissionais que "façam um julgamento" sobre as propostas que cada partido entrega na Assembleia da República: "Há quem seja útil à sua luta e há quem faça dos polícias úteis ao seu crescimento".