Diretor clínico nega múltiplos casos de vacinação indevida no Hospital da Cruz Vermelha
Polémica com administração da vacina da Covid-19 a profissionais não prioritários levou já à demissão do presidente e dos diretores clínico e de enfermagem do hospital.
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O diretor clínico demissionário do Hospital da Cruz Vermelha contraria os relatos de que houve vários casos de vacinação indevida na instituição.
Esta quinta-feira, em declarações à TVI, Manuel Pedro Magalhães garantiu que houve apenas um caso indevido de vacinação contra a Covid-19 e que o mesmo aconteceu por lapso dos serviços do hospital.
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"Houve um lapso e há um médico - é o único caso de que nós temos consciência - de medicina interna a quem, erradamente, foi atribuída a especialidade de cirurgia", assegurou Manuel Pedro Magalhães.
"O médico não tem culpa nenhuma, foi chamado para ser vacinado. Nós não oferecemos a vacina a ninguém", acrescentou.
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O diretor clínico do Hospital da Cruz Vermelha sublinha que o caso não prejudicou outros profissionais e assegura que o hospital devolveu algumas das doses que recebeu.
"Da lista inicial, feita a depuração progressiva [de quem podia ser vacinado], afinal, havia mais 20 vacinas que não deviam ser dadas ainda nesta fase. É por isso que é feita esta devolução, para cumprir estritamente as regras que a Direção-Geral da Saúde disse que se deviam cumprir", afirma Manuel Pedro Magalhães.
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Quanto às acusações de que médicos que não foram eleitos noutros estabelecimentos hospitalares públicos compareceram na Cruz Vermelha para receber a vacina, Manuel Pedro Magalhães diz que o fenómeno se deve apenas ao facto de a vacinação estar mais avançada numas instituições de saúde do que noutras.
"Nós temos médicos que trabalham no nosso hospital e em outros hospitais. Temos médicos, por exemplo, que estavam na nossa lista para serem vacinados, mas que trabalham em unidades de hemodiálise de outros sítios e, entretanto, foram vacinados nesses sítios, portanto, saíram das nossas listas. Temos médicos que são de outros hospitais onde ainda não decorreu a vacinação, mas que trabalham em blocos operatórios e estão incluídos na primeira fase. Se uma instituição fizer a vacinação antes de outra, é lógico que um profissional que é de duas instituições seja vacinado primeiro num sítio do que noutro", justificou.
O Hospital da Cruz Vermelha admitiu esta quarta-feira irregularidades na seleção dos profissionais a vacinar contra a Covid-19, levando à demissão do coordenador deste plano em Portugal, Francisco Ramos, que é também presidente da comissão executiva do hospital, e dos diretores clínico e de enfermagem do hospital.
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