Diretor-executivo do SNS admite "objetivo ambicioso", Governo garante "vacinas para todos"
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, apela aos portugueses "para que usem a rede de vacinação, sem angústias".
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Este é o primeiro dia da campanha de vacinação contra a gripe e a Covid-19, uma campanha que conta como novidade a centralidade das farmácias comunitárias em todo o processo. O objetivo é vacinar 2,5 milhões de pessoas, e cada uma pode optar pelos 3500 postos de vacinação, entre farmácias e unidades de saúde de todo o país.
Na farmácia Silveira, em São Domingos de Rana, Fernando Araújo, diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde, admitiu que esta campanha de vacinação conta com um "objetivo ambicioso".
"São 3500 pontos de vacinação em que vamos administrar quase cinco milhões de vacinas em cerca de 10 semanas, um objetivo ambicioso mas temos a certeza que iremos cumprir", disse, em declarações aos jornalistas.
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Na mesma farmácia, também o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, marcou presença neste primeiro dia de campanha de vacinação contra a gripe e a Covid-19. O governante elogiou todo o processo que envolve, pela primeira vez, as farmácias e apelou a que os portugueses tomem as vacinas, que, pela primeira vez, são gratuitas para os maiores de 60 anos.
"Apelo aos portugueses para que usem a rede de vacinação, sem angústia. As vacinas são mesmo adaptadas a estas novas estirpes dos vírus. É extraordinário que possamos, na última semana de setembro, vacinar algumas centenas de milhares de pessoas. Vai haver vacinas para todos os portugueses que têm indicação para fazer a vacina", garantiu Manuel Pizarro.
Na Estrada da Luz, em Lisboa, às 09h00, Aida, de 77 anos, foi a primeira a ser vacinada. "Vim a tempo e horas e consegui ser a primeira", referiu, em declarações à TSF.
"Tenho interesse em ser vacinada o mais cedo possível, porque tenho um processo clínico complicado", disse, confessando que nunca teve Covid-19.
Para Aida, ser vacinada na farmácia é mais fácil. "Tenho uma grande confiança na farmácia, ir a outro lado corro muitos riscos, por isso nem sequer se põe outra hipótese", afirmou, frisando que o agendamento foi "muito fácil".
Também à TSF, Ana Teresa Manito, uma das adjuntas da farmácia da Luz, explica que foram feitos "alguns reajustes" neste local para que o processo de vacinação contra a gripe e a Covid-19 "corra pelo melhor". "Estamos bastante treinados em vacinar pessoas, temos espaços adaptados à função e seguimos os protocolos", garantiu.
Nesta farmácia, a agenda já está completa "para vários dias desta semana". "Há uma equipa de cinco farmacêuticos a vacinar, mas a população aderiu em massa e temos muitos agendamentos", sublinhou.
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A campanha de vacinação contra a Covid-19 e a gripe arranca, esta sexta-feira, em unidades do Serviço Nacional de Saúde e farmácias, abrangendo maiores de 60 anos, pessoas com doenças de risco, profissionais de saúde e trabalhares em lares.
No SNS será feita a vacinação das pessoas com menos de 60 anos com patologias de risco, das grávidas e dos profissionais dos serviços de saúde (públicos e privados) e de outros serviços prestadores de cuidados de saúde, estudantes em estágio clínico, bombeiros envolvidos no transporte de doentes e prestadores de cuidados a pessoas dependentes.
As farmácias comunitárias vão pela primeira vez administrar a vacina contra a Covid-19 a maiores de 60 anos, havendo cerca de 6.000 farmacêuticos habilitados para o fazer nas mais de 2.300 farmácias que aderiram à campanha sazonal de vacinação 2023/2024.
Nos lares, a campanha de vacinação só arranca na próxima semana. À TSF, a Direção-Geral da Saúde explicou que o arranque da campanha nos lares não é simultâneo ao das farmácias, porque as vacinas são diferentes e chegam a Portugal mais tarde.
Os utentes e profissionais de saúde dos lares serão imunizados com vacinas de alta dose que conferem maior proteção contra a gripe e Covid-19.
* com Carolina Quaresma