A força policial dá conta de 45 ocorrências de incêndio em mobiliário urbano (maioritariamente caixotes do lixo) na Área Metropolitana de Lisboa
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A PSP adiantou esta quinta-feira que, nas últimas 24 horas, já foram detidos "13 suspeitos" e identificados outros 18, "por motivos diversos", na sequência dos distúrbios causados na região de Lisboa, após a morte de Odair Moniz.
"A Polícia de Segurança Pública (PSP), durante as últimas 24 horas, deteve 13 suspeitos da prática de crimes de roubo, ofensa à integridade física qualificada, posse de engenhos explosivos e armas proibidas, tentativa de fogo posto e acionamento de extintor e dano contra viatura da PSP", revela a força policial, num comunicado enviado às redações.
A PSP dá igualmente conta de 45 ocorrências de incêndio em mobiliário urbano (maioritariamente caixotes do lixo) na Área Metropolitana de Lisboa, nos concelhos de Almada, Amadora, Barreiro, Lisboa, Loures, Oeiras, Seixal e Sintra.
Há ainda registo de "inúmeros caixotes de lixo incendiados, assim como outro mobiliário urbano". Uma viatura da polícia ficou ainda danificada, tendo oito veículos e 1 motociclo sido incendiados.
Esta força policial, cuja missão é "garantir a segurança e ordem pública e o respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos", reitera ainda que "está empenhada em manter a ordem, paz e tranquilidade públicas, em todo o território nacional".
A PSP volta a afirmar que "repudia e não tolerará os atos de desordem e de destruição praticados por grupos criminosos".
Os desacatos desta semana na Área Metropolitana de Lisboa foram desencadeados pela morte de Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, que foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e que morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
Os incidentes tiveram início no Zambujal, na noite de segunda-feira e estenderam-se, desde terça-feira, a outros bairros da Área Metropolitana de Lisboa.
No total, mais de uma dezena de pessoas foram detidas. Além motorista do autocarro que sofreu queimaduras graves, alguns cidadãos ficaram feridos sem gravidade e dois polícias receberam tratamento hospitalar.
Segundo a PSP, Odair Moniz pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e "entrou em despiste" na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".
A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria a isenta" para apurar "todas as responsabilidades", considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.
A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido.