"Dizemos basta." DECO quer ver simplificado pagamento de portagens nas ex-SCUT
Associação está a promover o manifesto "Pagar Portagem Fácil" para acabar com os incumprimentos e quer também colocar um fim à diferença de preços entre clientes com e sem Via Verde.
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A DECO - Defesa do Consumidor considera que já não há desculpas para manter o sistema de cobrança das portagens com pórtico que existem nas antigas SCUT e lamenta que continue a não existir informação clara quanto à forma de pagamento destas, continuando inclusive a manter-se uma diferença de preço entre quem paga com e sem recurso à Via Verde.
A coordenadora do departamento jurídico da DECO, Sónia Covita, apela à subscrição do manifesto "Pagar Portagem Fácil", que pretende defender um "propósito que já tem muito anos", mas que, ora por não ser a altura ideal, ora por mudanças no Governo, ora pela pandemia, foi sendo "empurrado".
"Agora dizemos basta, é chegado o momento de efetivamente se olhar para esta questão e se resolver de uma vez por todas", explica a Sónia Covita em declarações à TSF.
A DECO recebe, todos os anos, pedidos de ajuda de consumidores "surpreendidos e confrontados com processos de execução fiscal pelo facto de, em tempos, terem passado nas portagens com pórticos e não terem feito o pagamento logo no momento devido".
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Estes atrasos devem-se, defende, a falta de informação. "As pessoas não sabem, até ao dia de hoje, o que têm de fazer, nem onde, nem qual é o valor que têm de pagar", o que pode levar a que "um valor de um euro e pouco" evolua até valores "a chegar aos cem euros".
Outro dos aspetos apontados pela DECO é o da disparidade de valores cobrados a utilizadores com e sem Via Verde. Numa viagem Lisboa-Castelo Branco, por exemplo, um cliente "com Via Verde vai pagar 14,60 euros, se não tiver Via Verde e pagar dentro dos 15 dias úteis, nos CTT, vai pagar 17,80 euros". Mesmo que respeite os prazos de pagamento, assinala Sónia Covita, este cliente paga "sempre mais 3,20 euros".
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"Se for alguém, como acontece com a maior parte das pessoas, que não sabe qual é o prazo de pagamento nem onde tem de se dirigir e se isto começar a entrar num processo e acabar em execução fiscal, pode ir acima dos 70 euros de dívida, um valor perfeitamente ridículo quando muitas vezes estamos a falar de portagens de um euro e pouco", argumenta.
A DECO rejeita que estas situações aconteçam porque alguém "não quer pagar" e defende que nascem da "falta de informação".