Do Chega às "clientelas" de Albuquerque. PS avisa que democracia na Madeira "está em risco"
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Se o PSD voltar a vencer as eleições na Madeira e for obrigado a negociar com o Chega, caso não alcance a maioria absoluta, "a democracia está em risco" na região. O alerta é de Sérgio Gonçalves, o presidente do PS Madeira e candidato do partido às eleições regionais que, em entrevista à TSF, pede vigilância reforçada aos madeirenses.
As eleições regionais ainda não têm data marcada, mas, ao que tudo indica, os madeirenses vão às urnas a 24 de setembro, depois de o PSD ter perdido a maioria absoluta em 2019, coligando-se com o CDS-PP para formar Governo. Na semana passada, no Palácio de Belém, Miguel Albuquerque afirmou que não traça linhas vermelhas a nenhum partido, referindo-se ao Chega, já que todos receberam luz verde do Tribunal Constitucional.
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Em entrevista à TSF, na semana em que o PS se desloca à Madeira para as jornadas parlamentares, Sérgio Gonçalves, que já está em campanha eleitoral, alerta que Miguel Albuquerque quer manter o poder a todo o custo "para favorecer clientelas".
"Para nós, há e haverá sempre linhas vermelhas. Não podemos colocar em risco a democracia, colocar em risco valores como a liberdade que conquistámos", sustenta.
Na opinião de Sérgio Gonçalves, o atual presidente do Governo regional "coloca a hipótese de se aliar ao Chega" apenas para "manter o poder a todo o custo", apesar de estar em causa "a democracia e a liberdade".
"Miguel Albuquerque está apenas focado em manter o poder e salvaguardar os interesses que não são os interesses dos madeirenses, mas interesses corporativos, das estruturas partidárias e das clientelas partidárias. É com isso que nós propomos romper", acrescenta.
Sérgio Gonçalves admite que o caminho para o PS é difícil, já o PSD Governo na Madeira há 48 anos. O objetivo dos socialistas é formar Governo pela primeira vez para "mudar a Madeira".
"Só mudamos a Madeira se formarmos Governo. O nosso objetivo é termos os mandatos necessários para protagonizar a mudança na Madeira. E os madeirenses sabem uma coisa muito clara: a mudança só será possível com o voto no PS. O voto em qualquer outro partido acabará por perpetuar o PSD no Governo, com mais ou menos partidos em coligação", avisa.
Os partidos com assento parlamentar na assembleia madeirense foram ouvidos na semana passada pelo Presidente da República, tendo em vista a marcação das eleições regionais. O PSD vai a votos em coligação com o CDS-PP, partidos que sustentam a maioria na região.
