Do Twitter ao Governo, Carla Castro quer passo em frente na IL e promete apresentar candidato a vice da AR
Corpo do artigo
Há um ano, a Iniciativa Liberal foi um dos partidos que mais beneficiou com as eleições legislativas antecipadas, passando a quarta força política, com oito deputados eleitos (tinha apenas um). Agora, em campanha interna, a promessa de Carla Castro é trabalhar para "um partido de Governo" que seja "terceira força política nacional".
Na moção estratégica, com que a deputada vai a votos a 21 e 22 de janeiro, os objetivos eleitorais ficam definidos, desde logo, com a eleição de "deputados na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira", nas eleições deste ano, onde o partido ainda não tem qualquer representação.
Sem inscrever valores exatos, nas eleições europeias de 2024 o objetivo de Carla Castro é eleger "pelo menos um eurodeputado" e, nos Açores, onde os liberais têm um deputado, a meta é "multiplicar a representação".
TSF\audio\2023\01\noticias\07\francisco_nascimento_mocao_carla_castro
Para que o partido se torne a "terceira força política nacional", a candidata promete procurar novos eleitores, apresentando a IL "como o partido da mobilidade social e do crescimento económico", não esquecendo "os que vivem no interior e se sentem abandonados, as pessoas de baixos rendimentos que não veem um futuro melhor apesar do seu esforço diário", além da classe média "que tem vindo a sofrer a erosão dos elevadíssimos impostos".
"A Iniciativa Liberal, enquanto partido que se pretende de Governo, não deixará para trás partes do território ou segmentos de eleitorado. Vai mostrar como as soluções liberais dão resposta aos anseios e aspirações das pessoas de origens socioeconómicas e geográficas diferentes", lê-se no documento.
Carla Castro promete ainda acenar com novas bandeiras, além das propostas económicas que caracterizam o partido, "com uma visão reformista e integrada", como no "ambiente e sustentabilidade na gestão dos recursos naturais", sistema judicial e "combate à corrupção, transparência das instituições públicas e das contas públicas".
15587622
"Capacitar o partido de ideias a passar à ação, de forma a estar capacitado, a breve prazo, para assumir funções governativas ou influenciar de forma eficaz uma governação não-socialista", acrescenta.
Das redes sociais para o "porta-a-porta"
Os liberais são conhecidos por uma presença forte nas redes sociais, mas Carla Castro promete levar o partido para "o porta-a-porta": "Esta lista representa o partido que vai além das redes sociais e do espetro interno e vai para as ruas e para a sociedade".
Carla Castro quer abrir o partido "a várias tendências liberais", mas para quem a acusa de encostar a IL à direita conservadora, a deputada promete "afirmar a defesa da democracia, da liberdade e dos direitos humanos".
A candidata considera que "é este o caminho que deve trilhar um partido a preparar-se para um dia ser Governo", que quer "marcar a agenda" do Executivo, "de forma negociada, gradual e aberta, mas firme nas nossas convicções".
Carla Castro promete segunda tentativa para vice do Parlamento
No início da legislatura, João Cotrim de Figueiredo falhou a eleição para vice-presidente da Assembleia da República, por apenas oito votos, e recusou apresentar uma nova candidatura apesar dos apelos de Augusto Santos Silva. Na moção, Carla Castro promete coordenar-se com o grupo parlamentar para uma nova tentativa.
Com o pressuposto de "assegurar a presença de representantes liberais em todos os níveis institucionais da Assembleia da República", Carla Castro defende "a apresentação de um deputado liberal à eleição de um Vice-Presidente" por ser o quarto partido mais votado.
Nesta altura, a presidência do Parlamento conta apenas com deputados dos dois maiores partidos: PS e PSD.
Comissão Executiva curta, mas com "pelouros" e "bandeiras"
A direção de Carla Castro será mais curta do que a atual, com apenas 15 membros, "a dimensão mínima dos Estatutos", já que "não interessa ter mais pelouros se não forem para ser exercidos", numa crítica implícita à atual liderança.
"Não vale a pena ter mais pessoas se for uma estrutura centralizada ou estranguladora", continua.
No entanto, respondendo às críticas da oposição, Carla Castro distribui pelos membros efetivos áreas executivas ("pelouros") e ainda uma área não executiva ("bandeiras") para dar resposta a todos os temas.
Quanto aos conselheiros nacionais, o objetivo da candidatura é "envolver mais o Conselho Nacional na reflexão sobre a estratégia política do partido", e promete uma revisão dos estatutos para "abolir o direito de voto da Comissão Executiva no Conselho Nacional"
Carla Castro propõe também a redução das quotas para 30 euros anuais, ao contrários dos 60 euros atuais. E, para os jovens e estudantes, propõe "a revisão dos valores em baixa da quotização" para 15 euros.
