O Centro Europeu para a Prevenção e Controlo das Doenças apela ao "reforço urgente" das atividades de prevenção.
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Os casos de doenças sexualmente transmissíveis (DST) estão a aumentar em Portugal, superando os números pré-pandemia, de acordo com os dados mais recentes do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), citados este domingo pelo Jornal de Notícias.
Entre 2019 e 2021, verificou-se um aumento de 125% nos casos de sífilis. Além de nem a pandemia ter conseguido travar o crescimento, os dados do ECDC mostram que a taxa está acima da média europeia.
No caso da gonorreia, Portugal é o país que registou o crescimento mais expressivo - mais 1089% - entre as 26 nações analisadas, durante o período de 2012 a 2021. A Covid-19, no entanto, possibilitou um decréscimo de 5% no primeiro ano de pandemia. O mesmo acontece com a clamídia.
Segundo a mesma fonte, investigadores justificam a tendência de aumento de DST com a redução no acesso a testes em alguns países, as diferentes políticas de rastreio e acesso aos métodos de diagonósitico.
O resto da Europa e também os Estados Unidos seguem a mesma linha de crescimento contínuo de infeções sexualmente transmissíveis.
"O número de casos de gonorreia notificados continua a aumentar. Só em 2021, foram confirmados 46 728 casos, ultrapassando os níveis pré-pandémicos. Embora os dados revelem variações substanciais em toda a União Europeia, os homens que fazem sexo com homens representaram mais de metade dos casos notificados. O relatório sobre a clamídia revela um quadro semelhante, com aumentos de 2012 a 2019, um declínio em 2020, provavelmente devido ao impacto da pandemia, seguido de um novo aumento em 2021. As taxas continuam a ser mais elevadas entre as mulheres heterossexuais jovens adultas", lê-se no estudo do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo das Doenças.
O ECDC apelou ao "reforço urgente" das atividades de prevenção, quer ao nível de testes quer através da comunicação feita pelas redes sociais
