Os doentes não considerados prioritários na triagem das urgências hospitalares devem fazer meia-volta e procurar atendimento nos centros de saúde, recomenda um grupo de trabalho.
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O relatório, do grupo de trabalho, a quem o Governo pediu sugestões para a reforma do quadro dos hospitais portugueses, é apresentado esta segunda-feira à tarde, mas vários jornais tratam de sinalizar o essencial das propostas.
É preciso aliviar os hospitais de 30 por cento de urgências falsas, por isso, os casos triados e considerados não urgentes passam a ser atendidos fora dos hospitais, ou seja, devem ser transferidos para os cuidados primários.
Para tornar os hospitais mais eficientes, o objectivo passa também pelo aumento da cirurgia de ambulatório.
Os jornais JN, DN e Público adiantam que o grupo técnico para a reforma hospitalar, nomeado pelo Governo há três meses, propõe também a promoção das consultas de especialidade nos centros de saúde e defende que o utente possa escolher o hospital público onde quer ser tratado.
Tal como já acontece nos centros de saúde, o grupo propõe ainda que o Ministério da Saúde delegue competências médicas para a enfermagem, como a triagem e o acompanhamento de sessões como quimioterapia e diálise.
O grupo coordenado por José Mendes Ribeiro considera que mais de 1200 médicos estão mal distribuídos e que a mobilidade deve ser incentivada.
Para travar um passivo acumulado de 4,8 milhões de euros nos hospitais públicos, o grupo defende cortes no pessoal e nos consumíveis, nomeadamente nos custos com medicamentos.
Sugere ainda que passe a ser entregue uma factura com o preço de cada episódio clínico para sensibilizar os utentes para os custos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Para além deste conjunto de sugestões, até ao final do ano o Ministério da Saúde conta receber uma avaliação do parque hospitalar concelho a concelho.