Dos 45 aos 74: idade para rastreios do cancro da mama será alargada em dez anos
Estas alterações estão em linha com as mais recentes recomendações da União Europeia. Atualmente, em Portugal, os rastreios são feitos a mulheres a partir dos 50 anos e até aos 69. No entanto, as recomendações europeias sugerem aos Estados-membros que realizem os rastreios do cancro da mama dos 45 aos 74 anos.
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A Direção-Geral da Saúde (DGS) poderá recomendar, em breve, uma mudança nos rastreios do cancro da mama, avança o Público. Atualmente, em Portugal, os rastreios são feitos a mulheres a partir dos 50 anos e até aos 69, no mínimo de dois em dois anos. Em linha com as mais recentes recomendações da União Europeia, as autoridades portuguesas poderão baixar para os 45 anos a idade mínima para iniciar os rastreios do cancro da mama e aumentar para os 74 anos a idade máxima recomendada.
As recomendações europeias foram emitidas em novembro do ano passado e sugerem aos Estados-membros que realizem os rastreios do cancro da mama dos 45 aos 74 anos. Ao jornal Público, o diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas da DGS explica que estas novas propostas resultam de uma "revisão ampla e abrangente da literatura científica sobre este assunto".
José Dinis adianta ainda que um grupo de trabalho coordenado pelo Departamento da Qualidade em Saúde está a analisar a idade de início e de término do rastreio do cancro da mama de base populacional.
A norma mais recente da DGS relativamente à avaliação imagiológica da mama é de 2011 e refere que a mamografia de rastreio não está indicada para mulheres com menos de 50 anos.
Em 2017, o Governo publicou um despacho que uniformizava as regras que se aplicavam aos rastreios oncológicos e confirmou que "o programa de rastreio do cancro da mama destina-se à população do sexo feminino, com idade igual ou superior a 50 anos".
No entanto, o diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas da DGS defende que as autoridades de saúde portuguesas devem ir ao encontro das novas recomendações da União Europeia.
Todos os anos, em Portugal, são diagnosticados cerca de sete mil novos casos de cancro da mama, sendo esta a segunda causa de morte por cancro na mulher. Segundo os dados da Liga Portuguesa Contra o Cancro, citados pelo Público, 1800 mulheres morrem da doença anualmente. Além disso, verifica-se também um aumento dos diagnósticos por cancro da mama em mulheres entre os 40 e os 49 anos.