Dos "buracos negros da genética" à IA. A evolução no diagnóstico e tratamento do cancro
Portugal está na linha da frente na investigação, diagnóstico e tratamento do cancro.
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A evolução tecnológica no diagnóstico e no tratamento do cancro tem permitido caminhar para uma medicina personalizada e uma medicina de precisão.
As particularidades de cada doença e de cada doente, em termos biológicos e genéticos, têm permitido à ciência avançar para tratamentos mais personalizados e à imagem de cada um. Muito embora tenha que ser feita a ressalva de que estas novas terapias, como por exemplo, as imunológicas, não servem para tratar todos os tipos de cancro e todas as pessoas.
São sobretudo adequadas aos cancros quimiorresistentes. Isto também porque, como lembrou Isabel Carreira, professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e especialista em genética clínica laboratorial e humana, existem ainda "buracos negros" na genética. Conhecem-se milhares de genes, mas há outros tantos milhares ainda desconhecidos.
No debate da Liga Portuguesa Contra o Cancro, que o Núcleo Regional do Centro organizou em Coimbra, na Quinta das Lágrimas, em paralelo ao Congresso anual que organizam para debater o cancro, Isabel Carreira esteve acompanhada pela médica Gabriela Sousa, que é diretora do serviço de Oncologia Médica do IPO (Instituto Português de Oncologia) de Coimbra, por Augusto Silva, professor na Universidade de Aveiro e doutorada área de reconstrução da imagem topográfica, e ainda por Carlos de Oliveira, que presidiu ao congresso e que foi presidente da LPCC entre 2010 e 2012, e do Núcleo Regional do Centro entre 2010 e 2018.
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Há ainda muito caminho a percorrer na personalização dos diagnósticos e dos tratamentos na luta contra o cancro, mas foi em uníssono que todos consideraram que Portugal está na linha da frente na investigação, diagnóstico e tratamento da doença.
Na conversa desta mesa redonda pode ouvir-se falar em temáticas como a evolução da biópsia líquida, dos biomarcadores na prática clínica, ou da imunoterapia, mas também acerca da importância dos estilos de vida na prevenção do cancro, ou ainda do papel da inteligência artificial no diagnóstico e tratamento da doença.