Drones para prevenção de fogos "estiveram a funcionar durante praticamente tempo nenhum"
A Liga de Bombeiros considera que a aplicação de drones na deteção e prevenção de incêndios carece de estratégia, o que desemboca numa "grande confusão". Já a Associação de Bombeiros Profissionais admite algumas falhas mas defende que a tecnologia cumpre o seu propósito.
Corpo do artigo
Os drones não foram uma grande ajuda na prevenção dos incêndios florestais neste verão, de acordo com a avaliação do presidente da Liga de Bombeiros. Jaime Marta Soares recorda que estes equipamentos só entraram em funcionamento no final do mês de agosto, pelo que a estratégia não foi delineada com antecedência.
"Toda essa estratégia para a utilização dos drones não foi testada atempadamente, e houve uma grande confusão relativamente à sua utilização", nota o representante dos bombeiros, que, em declarações à TSF, faz referência a "situações que se poderia ter evitado".
Jaime Marta Soares acrescenta que os dispositivos "estiveram a funcionar durante praticamente tempo nenhum" e que estavam marcadas "experiências" para os "finais de agosto". Por isso, o presidente da Liga de Bombeiros sublinha: "Este ano poderei dizer com alguma segurança que [os drones] não tiveram qualquer influência no combate."
TSF\audio\2020\09\noticias\28\jaime_soares_2
Opinião diferente tem o presidente da Associação de Bombeiros Profissionais. Fernando Curto considera que os drones foram eficazes, apesar de serem poucos. "Parece-nos, pelas indicações que temos, que todos os drones ou os que foram utilizados surtiram o seu efeito", defende.
Na perspetiva de Fernando Curto, esta é uma "questão que deve ser aperfeiçoada" e "deve haver um trabalho de reorganização para corrigir situações". No entanto, "na essência daquilo para que foram criados, que foi para a deteção e localização de situações, [os drones] são indicados", analisa o responsável da Associação de Bombeiros Profissionais.
O jornal i escreve que os 4.500.000 euros investidos nos drones de pouco serviram este verão, já que estes tiveram de ser devolvidos por apresentarem falhas técnicas. A publicação acrescenta que três dispositivos já foram reparados e começaram a operar este mês. É esperado que os restantes nove cheguem de forma faseada, e ainda terão de ser testados antes da utilização.
TSF\audio\2020\09\noticias\28\fernando_curto_2