Duarte Cordeiro avisa socialistas que "a direita está à espreita" e dá a mão a Pedro Nuno Santos: "Político no lugar certo"
Na apresentação da recandidatura do líder da JS, Duarte Cordeiro defendeu que Pedro Nuno Santos "é o político no lugar certo".
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A tarde foi para a apresentação da recandidatura de Miguel Costa Matos a secretário-geral da Juventude Socialista (JS) e, apesar de os discursos se terem centrado nos desafios dos jovens para os próximos anos, a direita também não passou despercebida aos protagonistas. O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, que falou como líder da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, lembrou que a "direita e extrema-direita" está à espera dos deslizes dos socialistas e pediu "confiança" no trabalho em curso, dando o exemplo de Pedro Nuno Santos.
Embora admitindo que o PS "não tem obrigação de negociar os Orçamentos" na Assembleia da República, Duarte Cordeiro reafirmou a posição de António Costa em negociar com os restantes partidos, também para "apresentar soluções para melhorar a vida das pessoas e dos jovens".
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"As pessoas têm que ter uma vida melhor, para serem mais felizes", acrescentou, dando o exemplo das políticas para a habitação, desenhadas pelo ministério de Pedro Nuno Santos. Aí, Duarte Cordeiro aproveitou para dar a mão ao colega de Governo, que tem estado em várias polémicas.
Duarte Cordeiro defendeu que o PS está a fazer um trabalho competente, virado para o futuro, já que "tem políticos no lugar certo, como é o caso do ministro da Habitação e das Infraestruturas".
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Pedro Nuno Santos tem estado sob escrutínio, pela empresa do pai do ministro ter feito contratos com o Estado, já depois da polémica com o novo aeroporto que levou Costa a travar um despacho publicado pelo ministério. A direita, com André Ventura à cabeça, tem pedido a demissão do ministro da Habitação e das Infraestruturas.
Falando para os jovens socialistas, Duarte Cordeiro, que também foi líder da JS, considerou que "o PS e o JS não se podem fechar na maioria absoluta", apelando aos jovens que "não tenham medo colocar pressão nos autarcas e nos governantes" com as suas ideias.
Líder da JS apela a Costa: "Temos que falar com a esquerda, por muito que ainda nos doa"
Já Miguel Costa Matos, que foi o último a subir ao palco, perante um Auditório Camões, em Lisboa, lotado, sustentou que "é preciso desafiar o partido", em tempos de maioria absoluta, deixando um pedido a António Costa, para que se sente à mesa com Bloco de Esquerda e PCP.
"Temos que falar com a esquerda, por muito que ainda nos doa" a rejeição do Orçamento do Estado, que levou à queda do Governo e a eleições antecipadas, que deram a maioria absoluta ao PS.
Para a direita, Costa Matos acusou o PSD de se estar a juntar ao Chega, lembrando os países onde a extrema-direita chegou ao poder, com o suporte de partidos moderados, onde "o chão comum da democracia está a ruir".
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"Estes não são tempos normais, não nos podemos fechar no conforto das sedes", atirou.
O jovem líder socialista, que se recandidata a um segundo e último mandato, prometeu lutar "por um país mais progressista", com o fim dos estágios não remunerados e o pagamento "de cada hora extraordinária".
Para 2024, Miguel Costa Matos quer um referendo à regionalização, tal como indicava o programa eleitoral do PS, embora o presidente do PSD, Luís Montenegro, defenda que "não há condições" para avançar a regionalização na atual legislatura.
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