
Durão Barroso
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O presidente da Comissão Europeia repetiu, hoje em Lisboa, os elogios à forma como Portugal está a cumprir o acordo com a troika, mas deixou algumas recomendações a Passos Coelho.
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Com a troika em Lisboa de calculadora em punho e com as críticas da esquerda a subirem de tom, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, deu um empurrão à estratégia de Pedro Passos Coelho.
«A conjugação do ajustamento orçamental, com reformas estruturais, é uma estratégia virada para o crescimento sustentado. Por isso não é correcto caracterizar o actual programa de assistência financeira a Portugal como sendo essencial ou unicamente contraccionista», sublinhou Durão Barroso.
«Ele é, acima de tudo, um programa para o reforço da competitividade de Portugal», acrescentou.
O presidente da Comissão Europeia alinhou o discurso com o do primeiro-ministro, defendendo que o programa é para bem do país, não é um frete ao exterior, e acrescentou que há uma ideia que os portugueses têm de assimilar de uma vez por todas.
«Para restabelecer a confiança dos investidores, e o investimento é essencial para o crescimento, torna-se necessário mostrar de forma rápida e inequívoca que a dívida pública está a ser colocada numa trajectória descendente. É também por isso que as metas para a correcção do défice orçamental português são ambiciosas. E estou certo que a ambição será cumprida e o país colherá os frutos resultantes desse cumprimento», vincou.
Ao voto de confiança, seguiu-se novo aplauso ao Governo: «Um crescimento económico durável e sólido exige também reformas estruturais. Por exemplo, é necessário reformar as regras laborais e os mercados de trabalho de modo a torná-los mais produtivos. Neste domínio não posso deixar de realçar o recente acordo feito em Portugal, entre Governo e parceiros sociais, tal como a recente alteração da lei do arrendamento e o início, bem sucedido, do processo das privatizações».
Nesta passagem por Lisboa, Durão Barroso não escondeu que ainda há muito caminho a fazer, dando o exemplo da Justiça, mas o elogiou fica registado para memória futura acompanhado da certeza de que Portugal fará da crise uma oportunidade para construir uma economia mais sólida.