Porto Editora revela votação dos internautas.
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A 24 de fevereiro de 2022, o mundo acordou com a notícia da invasão da Ucrânia pelas forças armadas russas. Uma "Operação Militar Especial", como lhe chamou Vladimir Putin, o líder russo. O regresso da guerra convencional ao centro da Europa haveria de marcar todo o ano passado. O facto está refletido na escolha da palavra do ano, iniciativa da Porto Editora.
Guerra. Na definição do dicionário, trata-se de um nome feminino, um "conflito armado entre duas ou mais nações, que envolve mortes e destruição". Há outras definições, mas esta, a primeira, basta para explicar o que acontece ainda entre a Rússia e a Ucrânia.
O conflito, a luta, outras duas definições de guerra, uma guerra que ainda não acabou e que, nas últimas semanas, se tem tornado mais sangrenta e violenta.
A editora colocou a votação dez palavras. Guerra foi, de muito longe, a mais votada.
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Para a porta-voz da Porto Editora, Joana Branco, a palavra escolhida não tem tanto a ver com o significado "literal" do termo, mas com o contexto em que os portugueses se viram envolvidos durante 2022.
Seguem-se, na lista das mais votadas, os vocábulos "inflação", uma consequência direta dos efeitos provocados pela guerra e, em terceiro lugar, está a palavra "urgências", o que espelha bem a realidade vivida em Portugal com a crise no Serviço Nacional de Saúde e o encerramento de serviços de urgência hospitalares um pouco por todo o país.
O ano passado, no barómetro que acaba por ser a escolha da palavra do ano, revela ainda que os vocábulos mais procurados foram "abusos", por causa dos escândalos de alegados abusos sexuais do clero, "ciberataque", "energia", "juros", "nuclear", "rainha" e "seca".
A revista do ano que terminou há dias podia fazer-se, apenas, partindo destas palavras. Além de guerra, inflação e da crise nas urgências, a criação da comissão que recebe denúncias de abusos sexuais na Igreja Católica, os ataques informáticos a diversas empresas, públicas e privadas, a seca extrema que se viveu durante grande parte do ano, o aumento dos custos da energia, por causa da guerra, o medo de que a guerra levasse à utilização de armas nucleares e a morte da rainha Isabel II, são os acontecimentos que mais marcaram os portugueses e que despertaram maior curiosidade nos internautas.