"É cada vez mais difícil captar receitas." Cruz Vermelha Portuguesa assinala 160 anos com finanças pressionadas e inovação à vista
Na semana em que a Cruz Vermelha Portuguesa celebra 160 anos de existência, António Saraiva admite, na TSF, que tem havido um aumento da procura de apoios que não é coberto pelos donativos
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O presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, António Saraiva, reconhece, em declarações à TSF, que é difícil garantir a sustentabilidade financeira da instituição, uma vez que as receitas estão a diminuir e os protocolos com o Estado necessitam de ser atualizados.
Na semana em que a instituição celebra 160 anos de existência, António Saraiva admite igualmente que tem havido um aumento da procura de apoios que não é coberto pelos donativos.
"Cada vez é mais difícil captar receitas, porque estamos num tempo de dificuldades acrescidas. (...) As despesas são cada vez maiores, porque, dando alguns números, nós tivemos pedidos de ajuda, em 2023, 73% acima do que tivemos em 2022. Em 2024 voltámos a ter um crescimento de 53% comparativamente com 2023. Esta é a realidade: aumento de despesas e nem sempre o Estado cobre as valências no seu justo valor."
Antonio Saraiva adianta ainda que a instituição está a implementar uma série de programas e está a responder a pedidos de ajuda de várias populações — sem-abrigos, refugiados, vítimas de violência doméstica —, o que pressiona ainda mais as finanças.
Fala em "inovação" através de meios informáticos: "Poder monitorizar à distância o aviso atempado de iminentes ataques cardíacos, a medição da glicemia, de diabetes", exemplifica.
Por fim, o presidente da instituição sublinha as prioridades para o ano 2025: desenvolver novos programas "para uma assistência cada vez mais qualificada, dando dignidade àqueles que nos procuram".