Comerciantes e moradores de Entrecampos, em Lisboa, têm grande expetativa sobre o futuro dos terrenos onde funcionou a Feira Popular. A TSF foi ouvir quem se lembra dos primeiros tempos do parque de diversões.
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O pai tinha uma taberna na Rua de Entrecampos. Leonel Fernandes recorda-se, então "com 7 ou 8 anos", de ir "entregar vinho para os trabalhadores fazerem a Feira Popular". Foram tempos áureos. "A feira era para a malta vir brincar, as famílias e os amigos aos fins-de-semana juntavam-se todos (..) era um divertimento de Lisboa".
Foi também, durante muitos anos, uma fonte de clientes do café e residencial detidos por Leonel, hoje com 65 anos. Estão situados ali mesmo ao lado. O negócio, explica, ressentiu-se com o fecho do parque de diversões e o futuro poderá ser ainda pior. Com a venda em hasta pública dos terrenos de Entrecampos (onde estava situada a Feira Popular), Leonel teme um aumento da concorrência: "Se montarem aí um supermercado grande com preços muitos baixos, sabe como é que é!".
Com expetativa é também como encara Nuno Lourenço, o resultado do negócio de venda dos terrenos. Mora num prédio situado ali mesmo ao lado. Espera que se crie ali "um espaço urbano com atividades, com espaços verdes, com espaços públicos". Acredita, pelo menos, que será possível estabelecer uma convivência diferente daquela que teve com a Feira Popular. " Não era muito boa porque de facto é uma fonte de ruído muito grande", afirma.
Ao ruído seguiu-se o impacte visual decorrente da saída da feira. Da janela da casa de Nuno é possível observar "um terreno que foi limpo, tem uma vegetação rasteira mas, de resto, é um terreno completamente vazio".
São quase 140 mil metros quadrados por preencher em pleno coração da cidade de Lisboa. O valor base da venda está fixado nos 135,7 milhões de euros.