Onze anos depois da nacionalização, o antigo Banco Português de Negócios ainda dá prejuízo ao Estado. Instituição nacionalizada em 2008 já abriu rombo de mais de 4.200 milhões de euros nas contas públicas.
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O Estado vai gastar 55 milhões de euros com o BPN em 2020. O valor consta do Orçamento do Estado para o próximo ano, que acrescenta que em 2019 a despesa com a reprivatização do antigo Banco Português de Negócios alcançou 59,5 milhões.
O valor não é justificado nos documentos orçamentais, que se limitam anunciar estes valores.
Segundo o Tribunal de Contas , o BPN custou, desde a nacionalização em 2008 e até ao final de 2017, 4.095 milhões de euros aos cofres públicos. Os valores conhecidos para os anos seguintes permitem concluir que desde a passagem para as mãos do Estado, que nas palavras de José Sócrats, primeiro-ministro da altura, não iria trazer prejuízos aos contribuintes , o rombo já vai em cerca de 4.220 milhões de euros.
Quatro anos depois na nacionalização, e em pleno resgate da troika, o Estado reprivatizou o BPN, vendendo-o ao Banco BIC por 40 milhões de euros.
A venda só aconteceu à terceira tentativa. Nas primeiras duas, em 2010, não houve compradores. Em 2011, depois do Estado retirar do banco os ativos problemáticos, criando para o efeito três veículos financeiros - a Parvalorem, a Parparticipadas e a Parups, o BIC mostrou interesse. O contrato foi assinado ainda nesse ano e concretizado em 2012.
O antigo presidente do BPN, José de Oliveira Costa, foi condenado em vários processos em tribunal, que resultaram numa pena de prisão de 15 anos.