É importante "recolher as preocupações locais." Ricardo Rio lamenta falta de diálogo durante Cimeira Ibérica
O autarca bracarense compara a Cimeira Ibérica com o Eixo Atlântico, que "tem tomado várias propostas e posições políticas", mas que "não são circunscritas" à realidade mais próxima.
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O presidente da câmara de Braga, Ricardo Rio, lamenta que, à semelhança do que acontecia, os autarcas agora não sejam ouvidos durante a preparação da Cimeira Ibérica, que se realiza esta sexta-feira.
O também vice-presidente do Eixo Atlântico, que reúne autarcas do noroeste peninsular, diz que é importante "recolher aquilo que são as preocupações mais locais em relação à região onde a Cimeira vai ter lugar", mas também "daquilo que é a perspetiva local que cada uma destas estruturas acaba por ter sobre as dinâmicas de cooperação entre os dois países a nível global", afirmou.
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"No exemplo do Eixo Atlântico, tem tomado várias propostas e posições políticas relativamente à necessidade de revisão do tratado de Valência, a estratégia ferroviária da península ibérica", que, na opinião do autarca, são dimensões "que não são circunscritas" à realidade mais próxima.
Com isto, Ricardo Rio acredita que a Cimeira Ibérica acaba por perder força, porque "seria um momento enriquecedor poder contar com essa interação entre os agentes mais relevantes" de Portugal e Espanha.
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"É fácil perceber que há muito mais concertação entre as câmaras municipais do que propriamente entre os governos, que acabam por fazer cimeiras como esta em que admitimos que possam existir anúncios muito comprometidos em relação a alguns projetos, mas depois as ações concretas ficam muito aquém desses compromissos", concluiu.
Os governos de Portugal e Espanha reúnem-se esta sexta-feira, em Viana do Castelo, na 33.ª cimeira ibérica, que tem como tema a inovação e vai juntar, além dos dois líderes de Governo, António Costa e Pedro Sánchez, 18 ministros dos dois executivos.