"É insensato pensar na dissolução" da AR. Marcelo quer "caminhar de forma calma e tranquila"
Para o chefe de Estado, o Governo deve "corrigir o que não está bem" e a oposição "continuar o seu caminho" para "ultrapassarmos esta situação internacional e interna".
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Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou, esta terça-feira, que "não faz sentido dissolver o Parlamento" tendo em conta "o quadro atual da guerra, crise económica e financeira, e a situação da maioria absoluta".
"Já tornei claro: se mudar o primeiro-ministro, há dissolução do parlamento, se amanhã demitisse o primeiro-ministro e, de repente, surgisse outro ministro do PS dissolvia-se o parlamento", afirmou o Presidente da República em declarações aos jornalistas.
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Marcelo considerou que é "uma falsa solução" dizer que o Presidente da República não dissolve o Parlamento, mas que poderia "demitir o primeiro-ministro" e forçá-lo a "formar o Governo que quer". "Isso implica um conflito entre o Presidente da República e o Governo", explicou.
"Neste momento, é insensato pensar na dissolução do Parlamento", reforçou, defendendo que "o Governo deve corrigir o que não está bem para tudo correr melhor e a oposição continuar o seu caminho para ultrapassarmos uma situação internacional e interna". "Essa é a solução sensata. Tem de se caminhar de forma calma e tranquila."
O chefe de Estado disse ainda que tenciona "ser igual do princípio ao fim", ou seja, "fazer tudo para encontrar uma melhor solução no quadro internacional e interno".
"Quando dissolvi [o Parlamento], não dissolvi feliz, teria preferido não ter de dissolver, mas foi inevitável perante um bloqueamento institucional", relembrou Marcelo, acrescentando que hoje "temos um fator que não existia na altura, que é uma guerra e uma crise". "Espero que não dure eternamente e que o Governo governe melhor e que a oposição exerça o seu papel como está a exercer", finalizou.