É o maior presépio de Portugal e não tem o menino nas palhinhas. Veja as imagens

Há 21 anos que o presépio de Vila Real de Santo António é construído pelas mesmas pessoas, funcionários da autarquia, que a ele dedicam 45 dias, 12 horas diárias do seu tempo. Com os seus 240 metros quadrados ocupa toda a área do Centro Cultural António Aleixo. Além das cerca de 6 mil pequenas figuras, utiliza 20 toneladas de areia, quatro toneladas de pó de pedra, 3000 quilos de cortiça e centenas de adereços. Muitas das figuras são construídas pelos próprios executantes do presépio.

Vêm miúdos e adultos de todo o lado para o ver e o Diogo, com três anos apenas, admira-se de não encontrar o menino nas palhinhas. É que este é um presépio especial e tem uma particularidade: quem olhar para a gruta onde supostamente estaria a figura de José, Maria e o Menino nas palhinhas, nada encontra ainda.

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"A Maria e o menino não se encontram na gruta porque a Maria vem a caminho, grávida e em cima de um burro", explica Teresa Marques. "A história bíblica é toda contada aqui", afirma. Todos os anos esta funcionária da câmara Municipal empenha-se em construir esta obra de minúcia. Em cada um dos dias desloca as figuras de Maria e José no presépio colocando-as um bocadinho mais à frente, até chegar ao dia 25 de dezembro. Só aí aparece a figura do menino jesus, deitado nas palhinhas, na gruta iluminada. Mais à frente pode ver-se o Palácio do rei Herodes, ou o Coliseu Romano.

Neste enorme presépio não faltam sons dos animais, luzes e movimento de milhares de figuras que o compõem.

Vêem-se rios e riachos a correr, muitas figuras animadas a executarem profissões, algumas que já não existem, como o homem que trabalha na forja ou a mulher que salga o peixe. A figura de um homem que tenta caçar um coelho a laço cada vez que ele sai da toca e que nunca se deixa apanhar faz as delícias dos mais pequenos. Mas será que as crianças, que estão habituadas a ver um presépio tradicional, não acham estranho não encontrar o menino recém-nascido deitado nas palhinhas? Quando vêm com as escolas, as professores já sabem e explicam. Às pessoas que chegam aqui pela primeira vez e não conhecem o presépio, explicamos o que estão a ver", afirma Teresa.

O presépio é visitado anualmente por milhares de pessoas, muitas delas vindas da Andaluzia.

"O nosso ano melhor foi 2019, foram perto de 35 mil visitantes", conta Augusto Rosa. Augusto é outro funcionário da autarquia que concebe esta obra. "Depois houve a pandemia, mas nós nunca fechámos e o ano passado já tivemos 32 mil visitantes", adianta. "Neste momento o número de visitantes espanhóis já ultrapassou os portugueses, vêm de todo o lado e dizem que não conhecem presépio tão grande", afirma orgulhoso Augusto Rosa.

O presépio de Vila Real de Santo António está aberto a visitas todos os dias, até dia 7 de Janeiro.