É Património da Humanidade há 20 anos. Vale do Côa vive "o melhor momento dos últimos anos"
Presidente da Fundação Côa Parque quer atrair visitantes nacionais e internacionais para a região.
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Foi há precisamente 20 anos que o Vale do Côa e as suas gravuras rupestres passaram a fazer parte do Património da Humanidade.
No dia em que se assinalam duas décadas desta distinção, a TSF falou com o atual presidente da Fundação Côa Parque. Depois de momentos de polémica e de crise, Bruno Navarro garante que o vale atravessa uma boa fase.
"Diria que é o melhor momento em muitos anos do projeto cultural do Côa. Teve uma grande visibilidade logo após aquela grande polémica e luta pela preservação deste património. Depois teve momentos de grande oscilação, entre a euforia e a depressão. Neste momento, há um conjunto de circunstâncias que permitem a consolidação" do projeto, garante.
Este ano, a fundação vai ter 300 mil euros de receita própria, uma quantia que é mais do dobro da que foi conseguida há 2 anos. O presidente assume que agora o objetivo é investir no turismo e tentar ultrapassar a barreira dos 50 mil visitantes por ano.
"Há portugueses que ainda acham que o Coa fica demasiado longe. Mas os números também mostram que há cada vez mais portugueses interessados em conhecer esta região e este património", pelo que vai ser feito um esforço "significativo" de divulgação nacional e internacional em parceria com o Turismo de Portugal.
Com o Douro na mira, pelo qual passam "um milhão de visitantes por ano", e comparando com as "300 mil" que circulam pela região particular do Côa, Bruno Navarro entende que é necessário fazer do parque um "equipamento cultural incontornável".
Para comemorar os 20 anos da distinção, é inaugurada este domingo, em Zagreb, na Croácia, uma exposição. Esta terça e quarta-feira há também um simpósio com cientistas internacionais.
Já no dia 15 de dezembro, é inaugurada uma exposição documental que recorda as polémicas da época, que acabaram por levar à preservação das gravuras. Incluído no programa deste dia há um cine concerto em três dimensões, produzido por Edgar Pêra e The Legendary Tigerman (Paulo Furtado).