É preciso agir "imediatamente". Adaptação às alterações climáticas na Grande Lisboa pode estar comprometida
Um estudo do projeto PROVIDE indica que se o aquecimento global ultrapassar o limite de 1,5 graus, a Área Metropolitana de Lisboa ficará mais vulnerável aos efeitos das alterações climáticas.
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A adaptação da Área Metropolitana de Lisboa às alterações climáticas pode ficar comprometida se o aquecimento global exceder os 1,5 graus. É essa uma das conclusões de um estudo que está a ser realizado pelo projeto PROVIDE, que junta uma equipa internacional de investigadores, incluindo portugueses.
Ouvido pela TSF, Tiago Capela Lourenço, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, afirma que, por estar junto ao Mediterrâneo, a Área Metropolitana de Lisboa fica mais vulnerável aos efeitos do aquecimento global, com consequências "à escala municipal".
"Neste momento, as nossas políticas de adaptação levam em conta uma trajetória e um aumento que se espera continuado até ao final do século. A grande mensagem é que a nossa adaptação local pode ficar comprometida por uma ultrapassagem deste limiar que é global, que nós não controlamos, mas para o qual temos de contribuir", explica.
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Tiago Capela Lourenço destaca a importância de políticas de adaptação às alterações climáticas, sob pena de ficarmos perante consequências irreversíveis. O investigador diz também que é urgente atacar este problema desde já.
"As evidências indicam que atingiremos os 1,5 graus dentro das próximas duas décadas. Isto não é um desafio para o final do século, é um desafio para as próximas duas décadas. Esta questão da adaptação tem de ser vista imediatamente, porque ao ultrapassarmos este limiar já, depois podemos conseguir voltar para baixo e é essa a nossa esperança, mas, mesmo voltando para trás, a adaptação é enorme. Durante esse período em que estamos em 'overshoot', as consequências poderão ser bastante gravosas em termos de temperatura, precipitação e influência nos sistemas", sublinha.