Rui Tavares defende que a abstenção "não é um voto que endorsa a estratégia deste orçamento", mas uma forma de reconhecimento pelas propostas do partido aprovadas.
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O Livre vai abster-se na votação final do Orçamento do Estado, depois de a maioria absoluta ter aprovado 27 propostas do partido, entre as quais o alargamento do passe ferroviário nacional a vários trajetos de comboios urbanos, inter-regionais e intercidades.
Em declarações aos jornalistas no Parlamento, Rui Tavares reconhece algumas vitórias ao longo dos últimos anos.
"Pelas nossas contas é o partido que tem mais medidas aprovadas neste orçamento, pelo menos até agora. Temos 27 medidas aprovadas", destaca o líder do Livre.
"É preciso deixar claro que um voto de abstenção não é um voto que endorsa a estratégia deste orçamento, é um voto que diz uma coisa muito simples: é preciso reconhecer conquistas e é preciso reconhecer vitórias quando as temos. Foi isso que fizemos nos últimos anos e é isso que temos também para este ano de 2024, com medidas que queremos ver implementadas antes das eleições."
Também o PAN anunciou a abstenção, minutos antes do debate final da proposta.
"Conseguimos efetivamente algumas medidas que vão aliviar mensalmente as famílias, mas também ao nível da carga fiscal", justifica Inês Sousa Real aos jornalistas no Parlamento.
É o caso do alargamento da gratuitidade dos passes a jovens de cursos profissionais, da inclusão das bicicletas partilhadas nas opções de transporte a custo zero para os estudantes e, em matéria de habitação, do aumento do teto da dedução das rendas em sede de IRS, enumera.
No que diz respeito à proteção animal, o PAN destaca a isenção de impostos para doações de alimentação a associações que acolhem animais.
O processo orçamental chega esta quarta-feira ao fim, com a votação final global do Orçamento do Estado.
Ao longo de quatro dias de debate e votação na especialidade do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), que tem aprovação garantida pela maioria absoluta socialista, foram aprovadas mais de 200 propostas de alteração, a maioria das quais do PS.
Pelo caminho ficaram a maioria das centenas de propostas dos outros partidos, mas foram viabilizadas quase 80, várias apenas em parte.
Notícia atualizada às 12h00