O Presidente da República deu o mote, considerando que a crise dos media coloca em causa a democracia. A Associação Portuguesa de Imprensa tem propostas concretas e o Sindicato dos Jornalistas apela à intervenção ao mais alto nível.
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A Associação Portuguesa de Imprensa defende a necessidade de um pacto de regime no Parlamento, para assegurar a sobrevivência da "diversidade e pluralismo da imprensa, da televisão e da rádio em Portugal".
"Se não houver um pacto de regime, (...) os media continuarão a ter apenas uma utilidade funcional, a transportar recados de um lado para o outro", alerta o presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, João Palmeiro, em declarações à TSF. "É preciso olhar nos olhos aqueles que tomam decisões e dizer que são responsáveis."
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Numa carta aberta aos deputados da Assembleia da República, subscrita, esta semana, pela Associação Portuguesa de Imprensa, é feito um apelo a propostas para a promoção dos meios de comunicação, no Orçamento do Estado para 2019. Entre as medidas defendidas estão "benefícios de IRS" para aumentar a compra de jornais e revistas, o "incentivo ao investimento publicitário por desconto no IRC" para os pequenos anunciantes e o "reforço das verbas do apoio à Comunicação Social".
A Associação Portuguesa de Imprensa salienta que nenhuma das medidas propostas deverá representar um aumento de encargos para o Orçamento de Estado, uma vez que iráão ser compensadas com o aumento das receitas do IVA e do IRC associadas.
Já a presidente do Sindicato dos Jornalistas, Sofia Branco, atribui a Marcelo Rebelo de Sousa um papel decisivo na discussão da intervenção do Estado no setor da comunicação social.
Esta terça-feira, durante a atribuição dos Prémios Gazeta, que distinguem os melhores trabalhos jornalísticos nas várias plataformas dos media (na qual a TSF venceu um prémio pela reportagem "Tão Longe, Tão Perto), Marcelo Rebelo de Sousa alertou que a crise na comunicação social é um problema democrático e de regime. O Presidente da República deixou até em aberto a hipótese da intervenção do Estado nesta matéria.
Ouvida pela TSF, a presidente do Sindicato dos Jornalistas defendeu que Marcelo Rebelo de Sousa deve ser protagonista neste debate. "[O Presidente da República] pode ter o papel de intermediar esta discussão ou até de a promover", afirmou Sofia Branco.
"É a pessoa certa para o fazer, (...) para discutir a responsabilidade de todos, incluindo do Estado, num bem público, independentemente de ser fornecido por públicos ou privados", defendeu.
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