"É um erro." Sacos de plástico para pão, fruta e legumes vão passar a ser pagos
Lei que proibia o uso destes sacos ultraleves devia entrar em vigor esta quinta-feira, mas o Governo recuou. A associação Zero vê esta decisão como "um erro".
Corpo do artigo
Os sacos de plástico ultraleves e transparentes, que costumam ser usados para o pão, fruta e legumes, vão passar a ser pagos pelos clientes nos supermercados e mercearias. A lei que proibia o uso destes sacos devia entrar em vigor esta quinta-feira, dia 1 de junho, mas o Governo preferiu recuar e passar a cobrar por cada saco, avança o Jornal de Notícias.
"No futuro, deverá ser privilegiada a utilização de sacos próprios ou alternativas reutilizáveis. A utilização de sacos muito leves ficará sujeita ao pagamento de uma contribuição à semelhança dos sacos de plástico leves", explicou o Ministério do Ambiente e da Ação Climática ao mesmo jornal.
Apesar desta alteração na norma, o Governo considera que continua a ir "ao encontro das normas europeias", mas não revela ainda, no entanto, quanto vai passar a custar cada saco nem quando é que a cobrança entrará em vigor.
Em declarações à TSF, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, explica que o objetivo é "alterar comportamentos".
"Se formos ver, temos sucesso numa política que foi desenvolvida no passado idêntica àquela que nós agora vamos implementar. Portanto, no fundo, a existência de uma contribuição ou de uma taxa para pagamento destes sacos tem como objetivo a redução e eliminação da utilização destes sacos, ou mesmo a substituição por outro tipo de utilizações."
Francisco Ferreira, da associação Zero, considera um erro que o Governo permita pagar e manter o uso de sacos de plástico ultraleves. O dirigente da associação ambientalista diz que existem alternativas e é sobre estas que deve existir a possibilidade de pagar caso o cliente se esqueça de levar o seu próprio saco.
"Deve haver na mesma a proibição de sacos ultraleves, devo é poder pagar por sacos que permitem, na mesma, levar os alimentos mas não são de plástico e ultraleves iguais ao que temos. Para nós é efetivamente um erro porque já existem alternativas no mercado que nos permitem não continuar a usar esses plásticos. É uma medida que merece apoio do ponto de vista do pagamento, mas não resolve e não está completamente em linha com o espírito que a lei apontava, de retirar todo o plástico ultraleve", defendeu na TSF Francisco Ferreira.
Desde 2015 que os sacos de plástico leves são pagos nos espaços comerciais. Francisco Ferreira não tem dúvidas de que esta medida permitiu mudar hábitos, mas sublinha que para que as novas alterações na lei sejam bem-sucedidas é necessário informar e esclarecer os consumidores o que, defende, não está a acontecer.
"Não é um dia antes de entrar em vigor a proibição que temos este tipo de caminho a ser prosseguido. Continuamos a adiar o deixarmos de usar tantos plásticos ultraleves, nomeadamente da distribuição do pão, frutas, etc. Além disso é crucial ter uma campanha de informação do consumidor, para saber o que o espera. Parece-nos ser uma medida extremamente importante de investimento na reutilização em vez de termos mais e mais sacos de plástico ultraleves", acrescentou o representante da Zero.
Notícia atualizada às 12h15