"É uma questão de sobrevivência." Porto de Leixões quer atingir neutralidade carbónica até 2035
Nuno Araújo, presidente da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana, explica que a infraestrutura está a implementar várias medidas para atingir este compromisso em 2035, menos 15 anos que o estipulado no European Green Deal.
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Dentro de 13 anos, o Porto de Leixões pode tornar-se o primeiro da Europa a ser autossuficiente a nível energético. A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana (APDL), que gere o terminal, está a implementar o Roteiro de Transição Energética e tem como objetivo atingir a neutralidade carbónica até 2035.
Nuno Araújo, presidente da APDL, explica que estão a implementar várias medidas para atingir este compromisso 15 anos mais cedo do que o estipulado no European Green Deal (2050), assumido por todos os estados-membros da União Europeia e que pretende tornar os portos europeus a primeira zona livre de emissões no mundo.
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Um dos projetos passa pela produção de energia usando os recursos dos portos, como as ondas "para os molhes do Douro". Além disso, também estão previstas conclusões de obras de painéis solares, "cobrindo os edifícios e parques de estacionamento" e a instalação de dois aerogeradores", como existe no quebramar de Leixões.
Com as três obras terminadas, o Porto de Leixões espera que a energia produzida seja "mais que suficiente", o que "permite alimentar outro tipo de projetos", como a possibilidade de adicionar uma fábrica de hidrogénio verde.
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Em 2021, o presidente do conselho de administração da APDL revela que a empresa fez "um diagnóstico" e foi identificado que, da pegada carbónica da infraestrutura, 76% resulta do setor marítimo. "Por isso, decidimos, desde logo, arranjar uma forma de abastecer os navios que atracam em Leixões por energia elétrica", explica, culminando num investimento de 35 milhões de euros para conectar os navios à corrente de energia pública.
"As questões ambientais são uma preocupação global, mas, para nós, é uma questão de sobrevivência", destacou Nuno Araújo. Para se manter "um porto num meio urbano", a infraestrutura está a mudar para servir os clientes que estão dispostos a pagar mais "para ter uma cadeia logística mais amiga do ambiente".