A Direção Geral da Saúde anunciou hoje que Portugal criou um «dispositivo de coordenação» que está em alerta e «mobilizará e ativará recursos que sejam adequados a cada situação» de infeção pelo vírus do Ébola que venha a ser identificada.
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Num comunicado publicado no seu site, a propósito da declaração pela Organização Mundial de Saúde (OMS) do estado de emergência de saúde pública de âmbito internacional, devido ao surto de Ébola, a DGS garante que ainda «não se verificou nenhum caso de doença por vírus Ébola em Portugal, importado ou autóctone».
A OMS considerou hoje que «uma resposta internacional coordenada é essencial para controlar a epidemia e a sua disseminação», tendo emanado «recomendações temporárias ao abrigo do Regulamento Sanitário Internacional, destinadas a reduzir o risco de propagação internacional do vírus».
A Portugal, enquanto Estado sem ocorrências de transmissão do vírus e não estando exposto «a riscos ou que façam fronteira com países afetados», foram dadas orientações que «já se encontram implementadas» e que «são objeto de revisão contínua».
Apesar de não estarem interditadas, atualmente, viagens internacionais para áreas afetadas, «os cidadãos devem ponderar viajar apenas em situações essenciais, tendo em atenção o princípio da precaução». «Os viajantes são também alertados para procurarem aconselhamento médico, caso se verifique exposição ao vírus ou desenvolvam sintomas de doença», lê-se no comunicado.
A DGS garante que «Portugal tem em estado de prontidão mecanismos para detetar, investigar e gerir casos suspeitos de doença por vírus Ébola, incluindo capacidade laboratorial para confirmação da doença». A autoridade de saúde refere que «estão previstas medidas para facilitar a evacuação e a repatriação dos cidadãos que possam ter estado expostos ao vírus».
Foi entretanto criado um «dispositivo de coordenação» que «se mantém em alerta e, se necessário, mobilizará e ativará recursos que sejam adequados a cada situação que venha a ser identificada».
«Este dispositivo foi criado no âmbito da Unidade de Apoio à Autoridade de Saúde Nacional e à Gestão de Emergências em Saúde Pública da DGS e integra especialistas internos e de outros organismos», prossegue o organismo.
A OMS anunciou hoje mais 29 mortes causadas pelo Ébola nos últimos dias na África Ocidental, elevando para 961 as vítimas deste surto epidémico, o mais grave desde a descoberta da doença há quase 40 anos.
A OMS declarou hoje o surto de Ébola uma «emergência pública sanitária de âmbito internacional» e pediu a todos os países com recursos e capacidade que ajudem a contê-lo.