Ecco despede 42 trabalhadores do departamento de amostras devido a menos trabalho
O despedimento coletivo nessa empresa do distrito de Aveiro já era esperado há meses.
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A fábrica portuguesa de calçado Ecco vai despedir 42 funcionários, anunciou esta segunda-feira o sindicato do setor, justificando a medida com o facto de o departamento de amostras dessa unidade de Santa Maria da Feira ter agora menos trabalho. Numa nota enviada à TSF, a empresa afirmou que a reestruturação global do Grupo Ecco vai refletir-se também em Portugal.
"Exploramos todas as possibilidades no sentido de realocarmos os colaboradores abrangidos por esta medida e alguns deles serão transferidos para novas funções. Assim, hoje foi comunicado aos colaboradores do R&I, os termos e fundamentos da reestruturação organizacional que resulta na necessidade de reduzir 42 postos de trabalho neste departamento", pode ler-se no comunicado do Grupo Ecco.
O despedimento coletivo nessa empresa do distrito de Aveiro já era esperado há meses porque, segundo revela à Lusa a dirigente do Sindicato Nacional dos Profissionais da Indústria e Comércio do Calçado, Malas e Afins (SNPIC), a produção de amostras - na secção que a Ecco designa de "Pesquisa e Desenvolvimento" - já não estava concentrada apenas na unidade portuguesa da multinacional dinamarquesa.
"Desde que as fábricas de cada país começaram a fazer as suas próprias amostras, a Ecco de cá, que antes abastecia muitas unidades lá fora, passou a ter menos trabalho", justifica Fernanda Moreira.
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A dispensa de 42 funcionários entre os 952 que integravam a força produtiva da Ecco portuguesa "só abrange os operários de corte e costura" e, segundo a mesma dirigente sindical, terá incidido sobre aqueles com vínculo de menor antiguidade à empresa.
"As pessoas já estavam a contar com isto, mas claro que cada um tem sempre a esperança de não ser o escolhido. E, para mais, antigamente a empresa tentava negociar rescisões em vez de avançar mesmo para despedimento, o que era mais vantajoso para os trabalhadores", declara Fernanda Moreira.
Os 42 operários em causa já ficaram esta manhã dispensados do exercício de funções na empresa, o que, segundo o sindicato, "não vai afetar os seus direitos".
Fundada na cidade dinamarquesa de Bredebro em 1963, a ECCO expandiu entretanto a sua produção não apenas a Portugal, mas também a Eslováquia, China, Indonésia, Vietname e Tailândia. Segundo declaração institucional da própria empresa, entre fábricas de calçado, tanoarias e lojas, a marca está atualmente representada em 60 países.