Na TSF, a antiga diretora do Observatório das Migrações defende “que estamos a falar de uma necessidade”
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A antiga diretora do Observatório das Migrações defendeu esta quarta-feira, na TSF, que os imigrantes são “uma necessidade” para a economia portuguesa, apesar dos desafios colocados aos serviços públicos.
"É muito importante ter consciência de que a economia precisa efetivamente que a imigração continue a aumentar”, disse Catarina Reis Oliveira.
Nos tempos da pandemia verificou-se uma estabilização dos números, mas desde que “a livre circulação” foi retomada a pressão migratória, acrescentou, insistindo que “que estamos a falar de uma necessidade”.
Catarina Reis Oliveira apontou, no entanto, que a resposta institucional à imigração diminuiu: “Já não existe o Alto Comissariado para as Migrações, este braço relativamente àquilo que era uma resposta holística para a integração de imigrantes.”
Além disso, a socióloga defendeu ainda que o aumento de imigrantes deve ter reflexos também na integração que se faz.
“Não apenas pelo mercado de trabalho, não apenas pelo aquilo que é a realidade contributiva para a segurança social, mas também na integração no sistema escolar, na integração ao nível do sistema de saúde. Portanto, como contrapartidas, é um contrato social que é estabelecido”, concluiu.
As autoridades portuguesas estimam em 1,6 milhões o número de estrangeiros residentes em Portugal em 2024, de acordo com o relatório intercalar da recuperação de processos pendentes na Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), esta terça-feira divulgado.
Segundo o documento, no final de dezembro de 2024 estavam registados 1.546.521 cidadãos estrangeiros em Portugal, um valor que “deverá ser corrigido em alta, previsivelmente em mais 50 mil”, quando for concluído o tratamento dos pedidos de regularização ao abrigo do regime transitório criado pela Assembleia da República.
