Rede geotérmica é um projeto-piloto que já abrange cinco imóveis públicos e privados na cidade, mas o objetivo é chegar a quase três dezenas.
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A água termal de Chaves tem muitas propriedades terapêuticas, mas também está a servir para aquecer edifícios públicos e privados. A construção da rede de distribuição da água, que brota do solo a cerca de 70 graus, está já concluída no centro histórico, tem quase dois quilómetros, mas o objetivo futuro é alargar o projeto de geotermia a outras zonas da cidade.
Há já cinco edifícios que integram o projeto-piloto e que estão a ser fornecidos com água das Termas de Chaves: o balneário termal, a piscina municipal, um hotel geriátrico e dois hotéis na cidade.
A câmara flaviense espera que possa chegar a perto de 30 nos próximos anos. Na próxima fase prevê-se que possam ser abrangidos em Chaves o arquivo histórico municipal, a biblioteca, a escola Fernão Magalhães e o Museu de Arte Contemporânea Nadir Afonso, entre outros.
O projeto da autarquia, liderada pelo socialista Nuno Vaz, é descrito como pioneiro, mas apenas no continente, uma vez que já existe um semelhante nos Açores.
O modo de funcionamento da rede de geotermia é simples: a água termal circula por condutas até aos edifícios abrangidos e depois, através de um sistema permutador, transmite o calor à água da rede interna do aquecimento central dos imóveis.
Em suma, a rede de geotermia leva a água quente até aos edifícios, mas não circula por eles. “Primeiro, porque não está autorizado. Segundo, porque é uma água abrasiva, que iria danificar os sistemas nos prédios”, realça Nuno Vaz.
Nos edifícios abrangidos estão a ser instalados medidores de calor e os estudos já feitos permitem concluir que este tipo de energia “é significativamente mais barata que as concorrentes”. O autarca baseia-se no estudo económico-financeiro realizado para estabelecer em “40%” o nível de poupança.
Além menor gasto de dinheiro público em aquecimento, há outros benefícios, frisa Nuno Vaz, como “a eficiência, menor produção de dióxido de carbono e o incremento de rendimento para a empresa municipal que vai gerir a geotermia”.
Dentro de cinco anos a Câmara de Chaves espera ter os estudos necessários para saber se este projeto experimental pode ser alargado a mais áreas da cidade, além do centro histórico, bem como a habitações privadas.
O projeto-piloto tem um orçamento de 1,2 milhões de euros. O investimento é comparticipado por fundos comunitários.
