Numa altura em que o título norte-americano lançou o seu primeiro número sem incluir nudez integral, os responsáveis da Playboy vão alinhar estratégias para aumentar o número de vendas nos países onde a publicação é comercializada.
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Os Estados Unidos decidiram acabar com o nu integral na revista por uma questão estratégica. O objetivo foi o de aumentar as vendas e para isso Playboy tinha de passar a ser considerada não uma publicação "para adultos", vendida nas bancas de forma diferenciada, mas uma revista masculina mais genérica passível de ser comercializada no meio de outras publicações.
A explicação é de Marco Reis, diretor da Playboy Portugal, que acrescenta que a estratégia resultou: "Faz sentido no mercado americano que tem um contexto em que a própria revista era colocada em banca num local diferenciado "para adultos" e este foi um ponto que eles quiseram mudar ou seja a revista passar a estar ao lado das outras ditas "normais". O outro objetivo foi o de aumentar a publicidade que curiosamente já se está a sentir. Neste último número, eles aumentaram 55% as margens de publicidade na revista em papel".
Em Portugal, tal como noutros países europeus, a revista vai manter a nudez. Os leitores europeus são diferentes dos leitores norte.-americanos. Marco Reis reconhece, no entanto, que "o público é cada vez mais exigente e a nudez tem, de ser tratada com o máximo cuidado. Faz sentido um maior requinte na fotografia, uma mulher mais sensual não tão exposta. Vamos ouvir os norte-americanos, mas por nós não me parece que faça grande sentido retirar o nu".
A questão da nudez será apenas um dos muitos aspetos que serão abordados neste encontro de dois dias em Lisboa. Outras questões fazem parte da agenda de trabalhos e o diretor da Playboy Portugal diz que há um que eventualmente é mais importante. Um assunto que tem a ver com o 'online' da revista. Saber como sobreviver com lucro numa plataforma digital. Uma missão difícil perante uma 'net' feroz onde tudo é descarregado à borla.
Marco Reis diz que é preciso descobrir uma forma de "transformarmos este digital em algo que seja fácil de aceder como acontece com a música, como por exemplo com o Spotify, em que é fácil ouvir música e rentabilizar essa música para os artistas e para quem produz conteúdos. Este é o ponto".
O encontro de editores mundiais da Playboy decorre, esta terça e quarta-feira, em Lisboa.