A empresa energética liderada por Miguel Stilwell de Andrade precisa de mais mil milhões de euros para comprar a parte que ainda lhe falta da EDP-Brasil.
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O mercado bolsista acordou esta manhã de quinta-feira com o anúncio deste negócio: de acordo com a informação prestada à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP - Energias de Portugal quer comprar 100% do capital social da EDP-Brasil. A empresa mãe possui cerca de 56% das ações da companhia brasileira.
A EDP, para comprar os 44% de ações da EDP-Brasil "detidas pelos acionistas minoritários", precisa de reforçar o seu capital "num montante de mil milhões de euros", pode ler-se no comunicado enviado à CMVM.
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Para conseguir este aumento de capital a EDP celebrou, ontem (1 de março de 2023), acordos de investimento com a China Three Gorges (Europe), a Lisson Grove Investment (do fundo soberano de Singapura), e uma afiliada da Abu Dhabi Investment Authority "nos termos dos quais os investidores se comprometeram a subscrever no seu conjunto, o montante de até 600 milhões de euros".
A EDP justifica a Oferta Pública de Aquisição (OPA) da EDP-Brasil com o "objetivo de simplificar a estrutura corporativa e organizacional da EDP, conferindo assim maior flexibilidade para a gestão financeira e operacional das respetivas operações no Brasil, e alinhado com a sua estratégia de foco em energias renováveis e redes de eletricidade", pode ler-se no comunicado enviado à CMVM.
O preço atribuído pela EDP para cada uma das 240.256.573 ações da EDP Brasil, objeto da OPA, é de 24 reais (cerca de 4,35 euros) por ação, o que, de acordo com a empresa, é equivalente a um prémio de 22,26% sobre a cotação ao dia de ontem na bolsa brasileira.