Parte do investimento da EDP em Portugal nos próximos quatro anos vai ser no hidrogénio verde.
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A primeira molécula de hidrogénio verde vai ser produzida pela EDP daqui a seis meses. A empresa anunciou esta quinta-feira o plano estratégico que aponta para três mil milhões de euros de investimento em Portugal e que inclui dois projetos de hidrogénio verde.
Este vai ser fabricado nas instalações da antiga central termoelétrica de Sines (já desativada) e na central de ciclo combinado a gás natural do Ribatejo, mas como sublinha o presidente da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, isso não significa que o gás natural vá desaparecer do Ribatejo.
"Nós podemos não vir a ser o dono natural dessas centrais (a gás natural) mas podemos encontrar parceiros. Acho que o gás natural vai continuar a fazer parte do mix energético na Europa em geral e só será descontinuado ao longo desta década", adianta o presidente da EDP.
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Quanto ao hidrogénio verde, a administradora da EDP, Ana Paula Alves, apresenta o calendário para esta tecnologia dentro da companhia: "A previsão é a de que em setembro de 2023 seja produzida a primeira molécula de H2 em Portugal."
Ainda nesta conferência de imprensa, o presidente da EDP foi questionado se o Governo português poderia avançar com a taxa sobre os lucros excessivos (windfall tax) que vários países europeus estão a aplicar, mas Miguel Stilwell de Andrade lembra que Portugal "já tem a Contribuição Extraordinária para o Sector Energético (CESE), que vem desde 2014. Nós já temos um windfall tax há muitos anos e estava previsto que fosse reduzindo com a dívida do sistema que tem vindo a baixar, mas a CESE ainda não".
Nesta conferência de imprensa, a EDP Comercial divulgou também que perdeu 136 mil clientes domésticos no gás que saíram devido aos aumentos das tarifas, mas a empresa assegura que mantém cerca de meio milhão de clientes.
O presidente da EDP foi ainda questionado sobre os ataques de ativistas climáticos à sede da empresa em Lisboa, com tinta amarela.
Para Miguel Stilwell de Andrade, este é um ataque que não se justifica porque "a EDP está a fazer o caminho da descarbonização".