O ensaísta Eduardo Lourenço, de 97 anos, morreu esta terça-feira, em Lisboa.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, evocou e agradeceu ao ensaísta Eduardo Lourenço, que considerou ser, desde o início da segunda metade do século passado, o "mais destacado intelectual público" e uma "figura essencial" de Portugal.
"Eduardo Lourenço foi, desde o início da segunda metade do século passado, o nosso mais importante ensaísta e crítico, o nosso mais destacado intelectual público", refere a nota no 'site' da Presidência da República.
De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, o ensaísta nunca esteve "alheado dos debates do nosso tempo, nem das vicissitudes da política".
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"Devemos-lhe algumas das leituras mais decisivas de Pessoa, que marcam um antes e um depois, e um envolvimento, muitas vezes heterodoxo, nas questões religiosas, filosóficas e ideológicas contemporâneas, do existencialismo ao cristianismo conciliar e à Revolução", enalteceu.
Entre "todos os intelectuais portugueses da sua envergadura", na perspetiva do chefe de Estado, "nenhum outro foi tão alheio à altivez, à auto-satisfação, ao desdém intelectual, ao desinteresse pelas gerações seguintes".
"Vencedor de diversos prémios, incluindo o Pessoa e o Camões, distinguido por quatro vezes com ordens nacionais, e também reconhecido no estrangeiro, o Prof. Eduardo Lourenço deu-me a honra de integrar o Conselho de Estado", elencou.
Marcelo Rebelo de Sousa apresentou as suas sentidas condolências aos familiares "pela perda deste amigo, deste sábio, desta figura essencial do Portugal em que vivemos".