De 21 a 24 de junho, Guimarães volta a receber a Feira Afonsina.
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Em Guimarães, a Feira Afonsina que todos os anos enche as ruas do centro histórico estreia, este ano, as jornadas históricas, que vão decorrer já este sábado, entre o Paço dos Duques e a Casa de Sarmento.
A iniciativa junta vários investigadores e pretende acrescentar conteúdo científico à feira de recriação da época medieval, que acontece no fim de semana seguinte, entre 21 e 24 de junho.
Nestas primeiras jornadas históricas, Egas Moniz é a figura central, debruçando-se sobre ela investigadores convidados.
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"Egas Moniz é uma figura mitológica, ligada à fundação da nacionalidade, e digo mitológica não porque não tenha existido mas por todas as peripécias à volta dele. E penso que essa mitologia e curiosidade irão atrair muita gente para estas jornadas", antecipa Antero Ferreira, diretor da Casa de Sarmento, um dos elementos da comissão científica criada pela Câmara de Guimarães para produzir as jornadas históricas.
Muitas das lendas e mitos associados a uma das figuras mais importantes do condado portucalense poderão vir a ser confirmados ou desmontados neste encontro, como o que se conta sobre a influência que Egas Moniz teve na educação do primeiro rei de Portugal.
"Diz-se que D. Afonso Henriques não era uma criança muito desenvolvida, referem-se até alguns problemas relacionados com as suas pernas e a sua força física e que Egas Moniz o terá levado para criar e devolvido sete anos depois um grande rapagão", atira Antero Ferreira.
Tido como homem de palavra, a "Honra individual e Honra coletiva: o paradoxo de Egas Moniz" também irá atravessar estas jornadas, recordando Antero Ferreira a lenda de que o aio "terá prometido ao rei de Leão que D. Afonso Henriques interromperia a hostilidade e mediante essa promessa foi posto fim ao cerco. Mas passado algum tempo, D. Afonso Henriques retomou esta aventura da independência pondo, de alguma forma, em questão a palavra do Egas Moniz, que se entregou juntamente com a família, como diz a lenda, ao rei de Leão".
As práticas de medicina medievais e outros temas daquela época também fazem parte do programa destas primeiras jornadas históricas que pretendem acrescentar conteúdo científico à feira afonsina.
"Pretendemos trazer investigadores de mérito, mas também jovens investigadores, deixar convites a novas investigações para que possamos aumentar o conhecimento e também ajudar-nos, depois, na reprodução lúdica da feira, para que quem nos visite leve uma imagem mais real do que era Guimarães no século XII", justificou a vereadora Adelina Pinto, da Câmara de Guimarães.
A Feira Afonsina movimenta atualmente perto de 200 mil visitantes e, este ano, pela primeira vez, vai estender-se à zonas do Castelo, Capela de S. Miguel e Paço dos Duques, decorrendo entre 21 e 24 de junho, culminando no dia em que se celebra a Batalha de S. Mamede de 1128, feriado municipal em Guimarães.