Elementos das forças de segurança protestam esta quarta-feira junto a São Bento
A ação de protesto tem como objetivo exigir "a revisão imediata das remunerações" dos profissionais das forças e serviços de segurança.
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A estrutura que congrega vários sindicatos e associações das forças e serviços de segurança realizam esta quarta-feira um protesto junto à residência oficial do primeiro-ministro para exigir alterações ao Orçamento do Estado.
O protesto é organizado pela Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, que integra sindicatos e associações da GNR, PSP, Polícia Marítima, Guarda Prisional e ASAE, e vai realizar-se a partir das 16h00.
Em declarações à TSF, Paulo Santos, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), sublinha que é preciso olhar "para a segurança interna com preocupação, com verdade e não escamotear aquilo que são as reivindicações" que têm sido abordadas nos últimos "três anos".
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"Há uma necessidade imperiosa de revermos as tabelas remuneratórias do setor das forças e serviços de segurança. Sabemos que o Governo tem dados alguns passos, poucos, muito curtos, e que não respondem àquilo que é necessário. Porque não podemos só olhar para as tabelas remuneratórias das forças e serviços de segurança numa perspetiva de injetar alguns euros. É preciso olhar para o sistema remuneratória que possa resolver os problemas da falta de atratividade, a manutenção dos seus quadros, onde não haja uma perspetiva de fuga de quadros, o que está a acontecer principalmente na PSP, mas também noutras forças", explica.
O líder da ASPP/PSP acredita ainda que até à aprovação do Orçamento de Estado (OE) para 2024, que vai a votações no dia 29 de novembro, "há espaço e vontade política para dar resposta a algumas rubricas a que carecem de investimento e de resolução de problemas".
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"Eu admito que até dia 29 deste mês, até à conclusão e à votação do OE, muitos cheques vão ser assinados para resolver muitos problemas, por isso é que estamos aqui a querer mostrar a necessidade de também neste setor haver respostas políticas que possam mitigar os problemas", defende.
O secretário nacional da CPP, César Nogueira, disse à Lusa que esta ação de protesto tem como objetivo exigir "a revisão imediata das remunerações" dos profissionais das forças e serviços de segurança e alterações no OE2024 no que toca à tabela remuneratória.
César Nogueira, que é também presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), o protesto realiza-se junto à residência do primeiro-ministro porque o objetivo é responsabilizar o Governo pelo seu trabalho, que "não resolveu o essencial" problema das forças e serviços de segurança.
"O OE2024 não serve os profissionais das forças e serviços de segurança, não dignifica as suas funções nem valoriza as suas carreiras. O aumento salarial médio de 3% fixado no OE2024 é inferior à inflação prevista de 5,2% para o ano corrente e, mais uma vez, pretende-se impor a perda de poder de compra e consequente degradação das condições de subsistência daqueles que cumprem funções centrais do Estado de Direito Democrático", refere a CCP.
Fazem parte da CCP a Associação dos Profissionais da Guarda, Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Associação Socioprofissional da Polícia Marítima, Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional e Associação Sindical dos Funcionários da ASAE.