Elvas abre esta sexta-feira portas a uma espécie de regresso ao passado numa viagem pela evolução dos triciclos.
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Neste mundo do "a brincar", em plena casa da Cultura, há um exemplar dos anos 30 de quem se conhece a menina que nele pedalou, até à arrojada lambreta que foi encontrada à venda na internet, mas que não era para todos os bolsos nos anos 70.
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"Todos os triciclos estão operacionais e prontos a usar", garante Joaquim Mira, enquanto arruma por décadas a exposição que pode ser visitada até dia 28 de fevereiro. O colecionador é de Estremoz, amante de motos antigas, tendo sido numa incursão a um ferro velho que em 2014 adquiriu o primeiro triciclo. "Era para ficar de recordação, mas atrás desse veio outro e depois mais outro. Hoje já tenho 30", diz, optando por começar a expor estas relíquias de três rodas.
Entre os dois triciclos dos anos 30 - os mais antigos - há um que foi oferecido pela "menina" que em tempos nele pedalou. "A senhora é de Estremoz e ainda é viva. Soube que eu colecionava e quis fazer-me esta oferta", revela, enquanto avança até aos triciclos franceses dos anos 50. "São muitos raros em Portugal", afirma o colecionar.
Ao lado estão as celebridades portuguesas que nos transportam até às décadas de 60 e 70. Verdadeiros ícones colocados no mercado com a chancela da Sobrinca e Sá & Portela. "Já apresentam outro tipo de acabamentos, com umas rodas mais elaboradas", exemplifica, antes de pegar na estrela da companhia. Trata-se de uma lambreta, com quatro rodas, que será da década de 70.
"Andava pela internet, fazendo a delícia de muita gente, mas nunca pensei que me viesse parar às mãos e estivesse tão perto de mim", admite, relatando que um dia se deslocou a Alter do Chão e deu de caras com a lambreta no vizinho concelho de Fronteira. "Fui ter o dono e fizemos negócio. Já me ofereceram mais de 2 mil euros por ela", revela, tratando-se de um exemplar que à época não estava ao alcance de qualquer bolso.
Por entre os triciclos, a maioria comprados por aí, está ainda um cavalo em pasta de papel, com quatro rolamentos, datado do século XVII, além de carros a pedais, que já ilustram tempos mais recentes.