Em Briteiros há rio, rock e um festival a precisar de um nome que não ameace ninguém
Na freguesia de Briteiros e São Salvador desconfia-se que seja pelo "cartaz fantástico" que o Rock in Rio fez chegar à Casa do Povo uma carta sobre "concorrência desleal" por parte de um festival cujos lucros revertem a favor do Centro de Dia da Casa do Povo de Briteiros.
Corpo do artigo
Era uma vez um festival de rock ao lado do rio Febras. Uma coisa levou à outra e, perante tamanha coincidência, foi "com a maior das naturalidades", batizado de Rock in Rio Febras até aparecer na Casa do Povo de Briteiros uma carta dos advogados que representam um outro festival: "o" Rock in Rio, que move milhões, batia à porta para queixar-se de "concorrência desleal".
Diogo Alves, o presidente da junta de Briteiros e São Salvador, confessa que a missiva "preocupou um pouco" quando chegou à freguesia, em especial porque era símbolo da defesa de uma empresa que "assusta". Por isso, para já, o festival muda mesmo de nome, mas como só tem início marcado para o dia 22, há tempo para o escolher, ainda que com cuidado.
E apesar de já terem passado pelas cabeças dos organizadores outras ideias - como "Super Rock Super Febras ou Febras Alive" - a prudência aconselha que não seja escolhido nenhum destes, não vão por ali aparecer mais cartas que falem de concorrência desleal.
TSF\audio\2023\07\noticias\04\rui_tukayana_rock_in_rio_febras
Até lá, há também tempo para preparar a tal afronta de que o festival de Lisboa, Rio de Janeiro ou Las Vegas se queixa. Aliás, o presidente da junta suspeita que a queixa possa estar relacionada com a montra musical.
"Penso que é pelo pelo cartaz fantástico que nós conseguimos fazer, composto por artistas e bandas locais", diz entre risos Diogo Alves, realçando que todos os participantes são do concelho de Guimarães, "a maioria até daqui de uma zona muito próxima da freguesia, que é a zona das Taipas".
"É por causa dessa tão grande qualidade que temos no nosso cartaz que eles ficaram um bocado ameaçados", reconhece. Sem nomes sonantes como os Foo Fighters ou Duran Duran, no Parque Fluvial de Briteiros não se pensa sequer em "fazer frente a um grande colosso de festivais que é o Rock in Rio", garante o responsável, até porque o objetivo é outro.
"É um festival organizado apenas por voluntários, ninguém está aqui para fazer dinheiro com isto, é mesmo para reverter tudo para um cariz solidário", explica Diogo Alves, que antevê que assim talvez se perceba que "se calhar o Rock in Rio não tinha grande razão para se meter" com o agora ex-Rock in Rio Febras.
Ultrapassado que está o susto com a carta dos advogados, em Briteiros já se sabe que o episódio acaba por ser "positivo" porque está a dar "visibilidade" ao festival na margem do rio Febras.
Por lá vão passar Crocky Girls, Smartini, Ledher Blue, Juanito Caminante, Gaspea, Gordilho, Segundo Minuto, Berto, Pedro Conde e Quarta às Nove.
Tudo isto com entrada livre, no dia 22 de julho, a partir das 16h00, num festival que também não deve ser o "Paredes de Febras".
https://www.facebook.com/rockinriofebras/posts/pfbid031xL2ExEYx3s5zFJdMxTfoj48GwCb1dtiq5BMcoYDUMR25f8BJA3b7ZCCsKBgTXtpl
Os lucros são encaminhados para o apoio ao funcionamento do Centro de Dia da Casa do Povo de Briteiros.