Em montras de loja ou na rua: um roteiro de presépios feito pela comunidade da aldeia de Alte
A iniciativa vai permanecer até dia 12 de janeiro
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Em Alte, o roteiro dos presépios é uma iniciativa que reúne a comunidade desta aldeia do interior algarvio. As ruas desta aldeia do interior algarvio e das localidades de Santa Margarida e Sarnadas povoam-se de presépios únicos e originais, elaborados com grande criatividade por moradores locais. São cerca de 20 presépios que se podem encontrar pelas ruas desta freguesia do concelho de Loulé, em janelas de casas particulares, em instituições, em montras de lojas ou até na rua.
Na parede de uma casa lê-se o letreiro: "Se quiser visitar o presépio bata à porta." Sónia Silva, técnica no Polo Museológico, que dinamiza este projeto, chama pela D. Albertina Madeira. Nos seus lúcidos 101 anos, Albertina é uma das participantes no roteiro de presépios da aldeia de Alte. Todos os anos faz um típico presépio algarvio. Semeou as searinhas muito cedo para que elas estejam crescidas no Natal e todos os dias as borrifa para que se mantenham verdejantes. O presépio tem apenas a figura do menino Jesus numa espécie de altar coberto com uma toalha branca bordada e enfeitado com as searas, laranjas e alfarrobas. Um presépio típico que também pode ser encontrado em regiões como o Baixo Alentejo ou a Madeira, conta Albertina.
A comunidade de Alte gosta de manter a tradição do roteiro dos presépios já há doze edições e sempre com imaginação e usando vários materiais, muitos deles encontrados na natureza. Esta iniciativa é o resultado de uma parceria entre a Câmara Municipal de Loulé, a Junta de Freguesia, a Paróquia e diversas instituições locais, que se uniram para oferecer aos visitantes uma experiência diferente.
Sónia Silva explica que as pessoas gostam de mostrar o que fazem e alguns dos projetos são verdadeiras obras de arte. É o caso do presépio que se encontra na montra da farmácia de Maria Irene Figueiredo, em que as figuras foram moldadas com grés de Silves.
Mais à frente, na rua, outro presépio feito com troncos, outro com pedras e ainda mais outro utilizando plásticos e palhas.
Nos seus 101 anos, Maria Albertina espera que este ano muita gente venha bater à sua porta. Para que possa mostrar a tradição que mantém há muitos, muitos anos.