El Niño e atividades do Homem levaram 2016 a ser muito provavelmente o ano mais quente de sempre no mundo. Em Portugal as temperaturas também ficaram bastante acima da média dos últimos 80 anos.
Corpo do artigo
O ano ainda não acabou, mas está próximo do fim e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que controla aquilo que se passa no país em termos de meteorologia, fez contas e diz que 2016 vai ser classificado "como um ano quente".
O valor de temperatura média do ar no país será cerca de 0,6 graus acima do valor normal ou médio registado em Portugal desde 1931 e o IPMA diz que "em 2016 a temperatura média do ar em Portugal continental foi, na generalidade dos meses, muito superior ao normal".
Em média, este será o quarto ou quinto ano mais quente dos últimos 80 anos, como se vê no gráfico que se segue fornecido pelo IPMA que revela, também, claramente, que as últimas décadas em Portugal foram muito mais quentes que as anteriores.
Em 2016, o mês de janeiro e o período de junho a outubro tiveram anomalias superiores a +1 grau nas temperaturas médias, com dezembro a ser, também, até agora, um mês mais quente que o normal (+0,5 graus).
O IPMA recorda ainda que o valor médio da temperatura máxima no verão foi o mais alto desde 1931.
Com temperaturas mais baixas, março foi o único mês com uma anomalia bastante negativa (-1.43 graus), com os restantes meses (fevereiro, abril, maio, novembro e possivelmente dezembro) a apresentaram valores de temperatura média próximos do normal.
Quanto à chuva, a precipitação total anual será cerca de 10% acima do normal, num valor que foi ultrapassado em 40% dos anos desde 1931.
El Niño e atividades humanas levam mundo a ficar ainda mais quente
Deixando Portugal e olhando para o que se passa em todo o mundo e na Europa, o IPMA diz que 2016 está a ser "excecionalmente quente".
A Organização Meteorológica Mundial revela que "na Europa o valor médio da temperatura do ar de janeiro a dezembro de 2016 será provavelmente o quarto ano mais quente, após dois anos consecutivos, 2014 e 2015, em que foram ultrapassados recordes dos valores de temperatura".
Já a nível global, 2016 "será muito provavelmente o mais quente de sempre, com a temperatura média a ultrapassar o maior valor já observado (em 2015)".
O IPMA explica que estas temperaturas anormalmente quentes devem-se aos efeitos combinados de um forte El Niño e às atividades humanas.