Em Portugal, no Chile, no mundo. "A democracia nunca é um dado adquirido", lembra Costa
António Costa esteve na inauguração de um busto do antigo Presidente chileno Salvador Allende, em Lisboa, evocando o rosto da democracia derrubada pelo golpe de Pinochet.
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O primeiro-ministro lembra que a democracia não é "um dado adquirido" e que é preciso "acarinhá-la" todos os dias. António Costa esteve, esta terça-feira, na inauguração de um busto de Salvador Allende, na estação de metro de Arroios, na Praça do Chile.
A cerimónia, que contou com a presença da escultora responsável, Margarida Santos, e da embaixadora do Chile em Portugal, Marina Teitelboim Farías, acontece no ano em que se assinalam cinco décadas desde o golpe de Estado que derrubou a democracia chilena e levou à morte do então chefe de Estado do país.
"Salvador Allende transcende-se a si em muito e personifica todos aqueles que no passado, no presente, e também no futuro, lutam pela liberdade e pela democracia, com sacrifício da sua própria vida", declarou António Costa, que discursou na cerimónia.
O primeiro-ministro, que já este mês esteve no Chile, para assinalar os 50 anos do golpe chileno, sublinhou que, mesmo hoje, é preciso continuar a proteger aos valores democráticos.
"A democracia nunca é um dado adquirido e todos os dias temos de a defender", destacou Costa. "Mas há algo que a História nos ensina: é que, se a democracia nunca está garantida, todas as ditaduras têm um fim", acrescentou.
O primeiro-ministro lembrou que quando o Chile mergulhava numa ditadura, Portugal libertava-se de outra, e, por isso, as palavras de Salvador Allende, agora gravadas neste busto, confirmam-se: a História "é feita pelo povo".
"Como se gritou no Chile e se voltou a gritar em Portugal poucos meses depois: "El pueblo unido jamás será vencido! O povo unido nunca mais será vencido!"", clamou António Costa, que, se recusou, contudo, a prestar declarações aos jornalistas, mantendo o silêncio sobre a derrota eleitoral do PS na Madeira.