Em resposta a Montenegro, bombeiros falam em "desinformação" e garantem que não estão "a pedir nada de mais"
Fernando Curto garante que, no que diz respeito à Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, não haverá "coação", até porque já fizeram "muitas manifestações" em que isso ficou "provado publicamente"
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A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais considera que a classe não está "a pedir nada de mais" e, em resposta às declarações do primeiro-ministro, fala em "desinformação" por entender que as propostas discutidas "são razoáveis e legítimas".
Em declarações aos jornalistas, após a manifestação não autorizada de sapadores-bombeiros na terça-feira, que contou com petardos e tochas, Luís Montenegro destaca que o Executivo "não tem recursos ilimitados" e, por isso, "jamais" ultrapassará "os limites que são aceitáveis".
Confrontado com estas afirmações, o presidente da associação, Fernando Curto, assegura que a classe apenas está a pedir que lhes seja atribuído "aquilo que faz parte e tem que ver" com o desempenho da profissão.
"Acho eu, e tenho a certeza que o senhor primeiro-ministro também achará, que são legítimas essas reivindicações e os valores que nós temos na mesa, que são os valores que as outras forças de segurança estão a usufruir", defende Fernando Curto, em declarações à TSF.
Confessa, por isso, não entender que a carreira dos bombeiros profissionais seja "equiparada" à dos bombeiros voluntários e que não existia um subsídio de risco, quando a profissão é considerada de alto risco.
"Fazemos todo o serviço que tem que ver com socorro - e não só - e não há subsídios de insalubridade e risco", lamenta.
Fala, por isso, em "desinformação", insistindo que as propostas que estão a ser discutidas com o Governo e a tutela "são razoáveis e legítimas". "Não há nenhuma inflação de dinheiro", conclui.
"Para as forças de segurança será pouco. É normal. Então para os sapadores-bombeiros não é normal? Sempre defendemos que queremos ser considerados e igualados no que diz respeito a deveres e obrigações às forças de segurança", assume.
Rejeita ainda que os bombeiros estejam a utilizar as ruas para pressionar o Governo.
"Da nossa parte, não terá essa coação de certeza absoluta, porque já fizemos muitas manifestações em que demonstramos isso publicamente e reivindicamos dentro da ordem", aponta.
Luís Montenegro pediu esta quarta-feira contenção nas formas de manifestação e protesto desta classe, garantindo que o Governo "não vai decidir nunca na base da coação e daqueles que pretendem ir muito além daquilo que são as possibilidades".