Emergência na saúde. Plano do PSD não é possível sem "investir em condições de trabalho"
O Sindicato Independente dos Médicos afirma que "não é possível" colocar em prática o plano de emergência proposto por Luís Montenegro sem garantir que existem médicos no SNS.
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As promessas de Luís Montenegro, na convenção da Aliança Democrática, sobre um plano de emergência na saúde em 60 dias e negociações imediatas com polícias estiverem em debate no Fórum TSF esta segunda-feira. O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia afirmam que é preciso ir mais longe e consideram a intervenção do líder do PSD “muito ténue”.
“Não é possível nenhum plano de emergência sem garantirmos que existem médicos no Serviço Nacional de Saúde (...). É preciso investir nos salários”, defende o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha.
“É preciso investir em condições de trabalho”, acrescenta.
Roque da Cunha considera, no entanto, “positivo” que a Saúde seja prioridade e garante que o SIM “estará totalmente disponivel” para negociações, independentemente de quem ganhar as eleições de 10 de março.
Na área da saúde, Luís Montenegro detalhou que o plano de emergência para 2024 e 2025 terá três eixos, começando pela diminuição dos prazos na marcação de consultas de saúde familiar, pela inclusão da teleconsulta como uma alternativa ao atendimento presencial, e assegurando enfermeiro e médico de família recorrendo também aos setores privado e social
Relativamente às forças de segurança, o presidente do PSD disse não querer comprometer-se desde já com um valor para o estatuto remuneratório, mas deixou a promessa de que um Governo que lidere iniciará, mal entre em funções, negociações com os representantes sindicais.
Para o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP), Paulo Santos, “foi uma intervenção muito ténue e superficial”.
“De certa forma, deixou-nos preocupados” diz no Fórum TSF, acrescentando que não parece um “bom principio” a diferenciação no estatuto da polícia judiciária relativamente às outras forças de segurança feita por Luís Montenegro.
Paulo Santos garante que a ASPP está disponível para ouvir os partidos políticos, mas lembra que agora o país está em pré-campanha e não esquece comportamentos passados.
