O Relatório da Emigração mostra que no ano passado cerca de 90 mil pessoas saíram do país, menos 10 mil do que em 2016.
Corpo do artigo
A retoma da economia portuguesa e a revitalização do mercado de trabalho são apontados como os principais motivos para a redução do número de pessoas que emigram. Descida que se regista desde 2013, quando atingiu o pico de 120 mil, o máximo deste século, passando para os 115 mil em 2014 e 100 mil em 2016. Sendo que no ano passado emigraram cerca de 90 mil portugueses.
De acordo com o Relatório de Emigração, o Reino Unido é o principal destino dos portugueses, mas ainda assim com uma queda de 26% em relação a 2016, devido ao efeito Brexit. Angola também teve menos procura devido à crise económica desencadeada com a desvalorização dos preços do petróleo.
A descida do número de entrada de portugueses registou-se ainda na Suíça, pelo quarto ano consecutivo, bem como para a Austrália e Noruega. Depois do Reino Unido os principais destinos da emigração portuguesa são a Alemanha, a França, Suíça e Espanha. Fora da Europa: Angola, Moçambique e Brasil.
O número de portugueses que emigraram para Espanha em 2017 aumentou 18,2 por cento em relação a 2016, em contraciclo com a descida na maioria dos destinos da emigração portuguesa.
Em termos globais, de acordo com o relatório do Observatório da Emigração, a França continua a ser o país onde vivem mais emigrantes nascidos em Portugal. A tendência da emigração deverá continuar a diminuir, embora a um ritmo mais lento do que a subida registada nos anos mais críticos da crise económica em Portugal.
De acordo com o documento, em termos globais, a população emigrada continua envelhecida e pouco qualificada. Ainda assim, verifica-se um crescimento significativo dos mais qualificados.
O relatório mostra ainda que mais de 700 emigrantes idosos carenciados, residentes em 14 países, recebiam, no final de 2017, apoio do Estado português.
O número de portugueses e lusodescendentes eleitos para cargos públicos no estrangeiro subiu 1,6 por cento, A grande maioria vivem em França, nos Estados Unidos e na Alemanha. As remessas dos emigrantes no ano passado ultrapassaram pela primeira vez os 3,5 mil milhões de euros, o que representa uma subida de 6,3% face aos valores de 2016, de acordo com o Relatório da Imigração.